quinta-feira, 12 de novembro de 2015

As mentiras de Lula e de FHC - João Cesar de Melo

as mentiras de lula e fhc
Certa vez, Sócrates e Hípias debateram o valor do mentiroso a partir da comparação entre os personagens Aquiles e Odisseu. Sagaz, Sócrates primeiro alimentou as argumentações de Hípias para que ele afirmasse e reafirmasse que uma pessoa multiforme, ou seja, mentirosa, age por inteligência e que esta mesma pessoa pode abrigar tanto a mentira quanto a verdade. Em seguida, Sócrates lhe provocou questionando sobre como mentir no cálculo e na ciência. Sem perceber, Hípias começou a argumentar contra seus próprios argumentos, o que foi muito bem aproveitado por Sócrates que, ao final do debate, sugere que “é próprio do homem bom agirvoluntariamente, e do mau, involuntariamente”.
Sócrates ficaria confuso diante de Lula e de Fernando Henrique Cardoso.
Um dos maiores trunfos de Lula é sua estampa de homem semianalfabeto e que por causa disso muitas vezes se expressa de maneira errada e contra suas próprias ideias. Ser visto como ignorante já lhe absolveu de muitas acusações.
Lanço algumas perguntas: Qual o peso da consciência e da ignorância nas manifestações de Lula? Qual o mérito de suas mentiras? Onde estão suas verdades? O que, afinal, deve ser levado em conta?
O mesmo Lula que se gaba de ter tirado milhões de brasileiros da pobreza afirma que seu governo tornou os ricos ainda mais ricos, o que contradiz a convicção socialista de que quanto mais uns enriquecem, mais outros empobrecem.
Lula também diz que graças a ele a corrupção agora é combatida no Brasil. Graças a ele a Polícia Federal e o Ministério Público são instituições independentes e com poder para investigar tudo o que é suspeito. Porém, é comum que no discurso seguinte afirme que o PT, que Dilma e que ele próprio são vítimas de perseguição da mesma PF e do mesmo MP.
Lula usa as mentiras como forma de atordoar o público, os adversários e o restinho de imprensa livre que existe para fazê-los passar a maior parte do tempo tentando desmascarar as mentiras enquanto ele próprio dá continuidade aos seus projetos mais importantes.
O mesmo Lula que frequentemente diz que as acusações de que Dilma praticou estelionato eleitoral não passam de uma ardilosa tentativa de golpe da oposição, disse com todas as letras: “Nós ganhamos as eleições com um discurso e depois das eleições nós tivemos que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não iria fazer. Isso é um fato”. Falando isso, Lula fez com que a imprensa perdesse mais tempo decifrando suas palavras do que denunciando a pressão que ele vem fazendo para que não se leve a diante as investigações sobre o envolvimento seu e de sua família em esquemas de corrupção.
Entre a ignorância e a burrice existe um universo. Lula é ignorante, mas não é burro. Aprendeu a viver da malandragem; e toda malandragem necessita fundamentalmente de mentiras muito bem contadas.
Lula demonstra inteligência ao dividir seu discurso em duas, em três, em quantas outras versões sejam necessárias. Diante da mídia, pede diálogo. Diante de seus militantes, incita a guerra contra todos os seus críticos. Diante da mídia, se diz inocente e perseguido. Diante de seus militantes, confessa os desvios seus e de seu partido como forma de distribuir a culpa entre todos que levantam sua bandeira para, assim, também distribuir a responsabilidade sobre o acobertamento dessa culpa.
Numa de suas provocações, Sócrates pergunta a Hípias: Os que mentem voluntariamente não se mostram superiores aos que os fazem involuntariamente?
Lanço outra pergunta: O que Lula seria se tivesse estudado em bons colégios, se tivesse feito uma boa faculdade? Respondo: Lula seria alguém como… Fernando Henrique Cardoso, aquele que mente involuntariamente.
FHC acredita nas mentiras que conta. Conta as mentiras que aprendeu na faculdade. Acredita que seu partido faz oposição ao PT. Acredita que o Brasil deve ser salvo pelo mesmo PT que o corrompeu.
Lula não acredita em nada do que diz. Ele apenas diz. Ele apenas mente. Solta todas as mentiras que vem à cabeça sem qualquer pudor porque não se sente responsável por elas, como vimos em recente entrevista concedida ao SBT.
Lula mente porque sabe que precisa mentir. O socialismo é feito disso.
Lula mente para o povão enquanto Fernando Henrique Cardoso mente para ninguém, pois ninguém, nem seus companheiros, acreditam em suas mentiras.
Fernando Henrique Cardoso conta as mesmas mentiras há trinta anos enquanto Lula reinventa as suas dia a dia, moderniza cada uma delas em função de cada situação e de cada público.
A multiformidade de Lula é moldada pela ignorância de seus militantes e eleitores, conscientes e inconscientes. Lula é um mentiroso útil a uma causa inútil. FHC é um mentiroso inútil à mesma inutilidade.
O certo é que o Brasil está cada dia mais distante de um futuro diferente do seu presente. Velhas mentiras continuam sendo substituídas por novas mentiras. Todos mentem.
Sócrates nos pergunta: “Você não percebe, então, que agora está claro que uma mesma pessoa é mentirosa e verdadeira de tal modo que, se Odisseu era mentiroso, torna-se agora também verdadeiro e que se Aquiles era verdadeiro, torna-se agora também mentiroso, não sendo esses homens diferentes nem opostos, mas semelhantes?”.

CHARGE DO SPON - No dos outros, pimenta.....


O FANTASMA DE BOLSONARO


logo-elgien1    Elgien


Caros editores. Achei o artigo interessante. Observem que a maioria da população não tem representação política. Poucos políticos refletem o conservadorismo real da população brasileira apesar de anos e anos sendo culturalmente massacrados pela ativa esquerda. Eis que surge Bolsonaro com um discurso coerente, sem papas na língua e dizendo o que pensa. Pois olha o que está acontecendo e que dificilmente sairá na mídia que o abomina.

Eles percebem o perigo. E nós, enxergamos a oportunidade?
Dois jornalistas e dois generais. Essas são as peças dum pequeno quebra-cabeças que vamos montar para demonstrar, pela enésima vez, algo em que temos insistido nos últimos artigos: ou a Direita aproveita a oportunidade que a História lhe oferece nos próximos 24 meses, ou o Brasil afunda na anarquia, na haitização ou na guerra civil.
Não vou dizer o nome dos jornalistas. Não há necessidade, pois correspondem aos estereótipos da classe: odeiam os militares. Quanto aos generais: um da ativa, Gen. Mourão, Comandante Militar do Sul o outro, Gen. Carlos Augusto Fernandes dos Santos, reformado.

A coisa começou há três semanas, quando o Gen. Mourão, em palestra a alunos do CPOR de Porto Alegre, advertiu sobre a corrupção e a esbórnia geral da política brasileira, tão graves que ameaçam a estabilidade das instituições.
Entra a primeira jornalista. Em artigo publicado num grande jornalão, ela enquadrou o Gen. Mourão por ter-se atrevido – vejam a audácia! – a falar de política. Segundo ela, militares não podem dar palpites porque “o Brasil avançou muito nos últimos trinta anos. (…) Escolhemos a democracia e a volta dos militares aos quartéis. Defintivamente.”
O Gen. Carlos Augusto tomou a defesa do Gen. Mourão. Segundo ele, a jornalista “quer chefes militares fracos , como freiras enclausuradas no claustro, alienados dos aspectos políticos (…). Chefes eunucos, desprovidos de indignação e honra, que continuem bovinamente assistindo ao país despencar ladeira abaixo, na senda da roubalheira descarada, conduzida por políticos desprezíveis e bandidos que frequentam o esgoto da política, sem qualquer manifestação de inconformidade. Generais são líderes e têm responsabilidades e a história pátria está cheia de exemplos.” E continuou:
“O que incomoda a jornalista e sua grei política é ver surgir nova liderança nas Forças Armadas, embasada em alicerces e princípios morais e éticos inatacáveis. O Brasil anseia por governantes com esse perfil e com essa coragem.”
“Tenho certeza que parcela expressiva da humilde e necessitada população brasileira aspira por mudanças e acalenta o sonho de voltar a ser conduzida por homens honrados. Não aceitam mais corruptos e políticos medíocres que, usando as chicanas da esperteza, só buscam benefício próprio.”
“A palestra proferida pelo Gen. Mourão sugere o nascimento de nova liderança militar. A decisão do Marechal Castelo Branco, de limitar o tempo de permanência dos generais no serviço ativo, retirou dos quarteis as nefastas discussões político-partidárias e terminou de vez com caudilhos militares deixou, entretanto, uma séria lacuna: o desaparecimento de Lideranças Militares autênticas e competentes, tão necessárias nos desastrosos e trágicos dias vividos pelo país.”
Poucos dias depois, o IBOPE publicou nova pesquisa de intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018. Resultado: forte aumento da rejeição aos principais nomes cotados para disputar a sucessão de Dilma: Inácio, 55% Aécio, 47% Marina, 50% Alckmin, 52% Serra, 54%. Rejeição significa: “não voto nele de jeito nenhum”. Do outro lado, da aprovação (eleitores que com certeza votarão no candidato), a coisa continua ruim para todos: Inácio, 23% Aécio, 15% Marina, 11% Serra, 8% Alckmin, 7%.
Nesse ponto, entra o segundo jornalista. No seu blog na Internet, ele avisa: “O dado mais significativo apontado pelo Ibope mostra que o aumento da rejeição das principais lideranças políticas do País é generalizado, com a queda da popularidade de Lula não beneficiando nenhum dos possíveis candidatos da oposição.”
E conclui, alarmado: “O levantamento reflete o crescente descontentamento da população com a classe política, sem que surjam novas lideranças nos grandes partidos. É um cenário favorável ao aparecimento de candidatos radicais nos extremos do espectro partidário, que se apresentam nestas horas como “salvadores da pátria”, sempre um perigo para a democracia.”
Juntemos as peças. Será que se encaixam? Dum lado, o fato incontestável: dentro da esculhambação geral, as FFAA são vistas como única instituição confiável. Doutro lado, o eleitorado rejeita todos os políticos chapa-branca, quer sejam da quadrilha no poder ou da falsa oposição.
Ora, se o povo admira os militares e neles deposita suas esperanças, mas a constituição de 1988 o obriga a escolher nomes que ele, povo, rejeita, a única saída seria – falemos sem rodeios – o golpe militar. Mas os militares não querem nem ouvir falar disso.
Existe solução? Está na cara: um candidato com possibilidades de se eleger dentro das normas da constituição, mas identificado com os militares.
Parafraseando o Manifesto Comunista de 1848: um fantasma assusta a República Federativa de Bruzundanga: o fantasma do Bolsonaro.

Artigo publicado no Jornal Inconfidência, Minas Gerais


FONTE - https://prosaepolitica.wordpress.com/2015/11/12/elgien-o-fantasma-de-bolsonaro/