domingo, 13 de julho de 2014

Sexo como vício


A compulsão sexual se tornou algo como o uísque diário, a cerveja ou o baseado

WALCYR CARRASCO
01/07/2014 07h00 - Atualizado em 01/07/2014 07h32

Tive uma amiga, jovem e bonita, que ia às baladas, conhecia um garoto, ia para o apartamento e transava. Vestia-se, voltava para a balada, encontrava outro – e levava. Saía com dois, três por noite de fim de semana. Não me refiro a um desequilíbrio mental, como no filmeNinfomaníaca, em que a personagem busca uma média de dez homens por noite. Nem a pessoas que procuram grupos de apoio, criados à semelhança dos Alcoólicos Anônimos, para tratar de sua compulsão por sexo. Todos somos educados para sermos campeões sexuais. Um menino é estimulado pelos pais, irmãos, amigos a fazer sexo com quantas mulheres puder, assim que crescer. A dar provas de virilidade. Aquele sujeito tímido, que espera por um relacionamento, tornou-se raro. É até malvisto por amigos, e também por muitas mulheres. A virilidade pública, exposta, é encarada como uma condição superior. E também entre os gays, cuja atitude com frequência é igual, só muda o objeto da conquista. Já conheci um médico, jovem, que, nos fins de semana, se dedicava a agarrar caminhoneiros num posto de gasolina nos arredores da cidade, competindo com prostitutas e travestis. Em rodas gays, é comum a exaltação das conquistas. O troféu dos troféus é incluir um pai de família no currículo.
– Ele é casado, mas sai comigo!
Não há muita diferença entre héteros que, em grupo, exibem também suas conquistas. Muitos têm namoradas, mulheres, filhos que adoram. Mas não resistem a oferecer incontáveis provas de virilidade.
– Ela é maluca por mim! Já disse que não quero compromisso, mas...
Tanto que um dos golpes frequentes, entre garotas de programa, é escolher um cliente rico. Sai com ele algumas vezes. Diz que é um homem maravilhoso, que só com ele encontra prazer. O maior erro de um homem, como dizia Balzac, é acreditar em elogios de bordel. Mas todos caem nessa teia de elogios à virilidade. A certa altura, ela diz:
– De você, não cobro mais.
E transa sem preservativos, porque o tonto acredita que conquistou, orgulho dos orgulhos, uma profissional. Sente- se o mais gostoso dos homens. Ela engravida o mais rápido possível. E passará a exigir pensão, apartamento, tudo de bom. Isso quando não acabar com o casamento do super- herói ou até botar uma aliança no dedo. Amor? Nunca houve, de nenhuma das partes. Ele foi traído por sua própria concepção de masculinidade. Homem que é homem, pensa a maioria, dá conta de qualquer mulher. Até conta para os amigos, com deboche.
– Fiquei com aquela tranqueira.
Os outros riem. Mas como? Encontrou no lixo?
Hoje em dia, as mulheres assumem comportamentos semelhantes. Em baladas adolescentes, há meninas que ficam com um, dois... já ouvi de uma garota que ficou com cinco. Não chegam ao sexo, necessariamente. Mas são beijos, amassos. Cinco? Que perspectiva de sentimento, de amor, há para uma garota que passa de mão e mão para sentir-se sedutora? A mulher ainda é educada para seduzir e dar provas de seu charme, beleza, atração. É uma reafirmação de seu poder feminino. Diferentes das que, no passado, eram criadas para casar, as de hoje aprendem a exercitar a sedução brincando com suas Barbies, descobrindo a maquiagem muito cedo, botando até silicone nos seios na adolescência. A conversa entre mulheres dentro de um toalete feminino não é muito diferente de um bando de machos tomando cerveja. O sentimento de caça é o mesmo, a sensação de vitória é igual.
A luxúria, de pecado capital, tornou-se uma vantagem. Aqueles que  têm uma vida “certinha” não são tão valorizados como quem sai à caça. O sexo tornou-se um vício – não para ser tratado como nos casos mais agudos. Mas algo como o uísque diário, a cerveja, o baseado para usuários. É algo que se deve procurar, ter, sem que seja estabelecida uma relação com o amor. Há muita técnica, mas também frieza, porque não há sentimentos em jogo, só a necessidade contínua de ter mais alguém e mais alguém. Depois a pessoa perde a graça, como o menino se cansa do brinquedo novo. Às vezes acontece algo de bom. A pessoa se apaixona e se surpreende. Um amigo meu, com mais de 30 anos, nunca tivera uma relação estável. Recentemente conheceu uma garota e, para sua própria surpresa, apaixonou-se. E me revelou a grande descoberta.
– Eu pensava que sabia tudo sobre sexo. Mas com amor é muito melhor.
Aquilo que deveria ser simples tornou-se uma novidade. É preciso estar muito bem consigo mesmo para, simplesmente, amar.

Escorpião na carteira


Na hora de pagar, uma amiga minha sempre estava sem cartão. Outra saía antes. E eu morria com a conta

WALCYR CARRASCO
08/07/2014 07h00 - Atualizado em 08/07/2014 07h48

Tive uma amiga que, quando íamos jantar fora, dava sempre a mesma desculpa:

– Meus cartões desmagnetizaram, acho que deixei com o celular.

Eu morria com a conta. Detalhe: era bem mais rica que eu, pobrinho naqueles tempos. E tinha hábitos de gastadora: bons uísques, frutos do mar... aiiii! O tempo nos afastou, e até hoje me pergunto: não tinha vergonha de repetir a mentira todas as vezes? Certamente não, eu é que tinha vergonha por ela. Outra, na hora do cafezinho, ia ao toalete. Se trancava uns 40 minutos e, é claro, depois de contemplar a dolorosa uns 15, 20 minutos, eu, ou qualquer outro acompanhante, pagava. Tudo bem, na época pré-feminismo homens pagavam sempre para as damas. Conheço até hoje mulheres que acreditam firmemente nessa obrigação e saem sem um centavo ou cartão. É um jeito de ser tão antigo! Um terror, gente avarenta. Lembro histórias que minha mãe contava: fazendeiros, sitiantes, que botavam todo o dinheiro embaixo do colchão. Tinham medo de banco, jamais gastavam um centavo, obrigavam a família a uma vida de miséria absoluta. Sofriam a mulher e os filhos. Um dia, pegava fogo no colchão, e lá se ia uma vida de economia. Frequentemente, quando ele morria, descobria-se que o dinheiro não valia mais, neste país de históricas mudanças de moeda.

Boa parte de nossas personalidades é formada pelas histórias infantis. Uma das mais populares é a fábula da cigarra e da formiga. Uma canta, enquanto a outra trabalha. No duro inverno, a coitada da cigarra é penalizada por sua alegria. Poupar, poupar, poupar – é um refrão que ecoa em nossos ouvidos. Não falo de quem precisa economizar para chegar ao fim do mês. Mas das pessoas que evitam até os menores prazeres da vida. Sei de um milionário que se orgulha de almoçar em restaurante por quilo. Mesmo no quilo, evita certos itens. Batatas, que pesam no prato. Ou a garrafa d’água, por considerar o preço exorbitante. Prefere comer a seco. Há os que andam em carros populares e só compram ternos em lojas simples. Querem ser valorizados pela modéstia. Seria melhor se dessem bônus aos funcionários, não? Minha alma sempre foi de cigarra, embora meu lado formiga me faça trabalhar muito. Já vivi tempos difíceis, mas nunca deixei de me proporcionar pequenas alegrias. Atualmente, se vejo uma obra de arte, um móvel que tenho condições de comprar, pechincho, como já contei. Mas compro feliz da vida. Moro numa casa antiga e espaçosa, gosto de viver cercado por meus livros. Já ouvi várias vezes:

– Mas você poderia viver num lugar menor.

Respondo:

– Poderia morar numa quitinete de 20 metros quadrados e também seria feliz. Mas comprei esta casa com meu trabalho e gosto daqui. Se um dia não puder pagar, saio, vou para um lugar menor e também serei feliz.

Como diziam os antigos, dinheiro não se leva no caixão. Então, vejo amigos, executivos bem de vida, ligando para o banco, brigando por causa de alguns reais a mais em qualquer situação. Ninguém deve aceitar ser roubado. Mas vale a pena brigar por tudo? A figura do personagem que economiza em misérias e é enganado o tempo todo já foi imortalizada por Molière, na peça O avarento. Uma comédia, é claro. Esse comportamento é motivo de piada entre colegas de trabalho, ou às vezes vira caso de polícia. Como aconteceu com o ator famoso – famosíssimo – que saiu com uma travesti e não queria pagar o programa combinado. Achou que por ser ele, o famoso, já valia. A profissional, sentindo-se, com razão, desrespeitada, começou a gritar pela polícia, em Copacabana. Só não virou escândalo nacional porque o astro gastou mais com advogado. Bem feito!

Vejo que gente assim também é avarenta com os sentimentos. Está sempre à espreita da pequena vantagem sobre os outros. Dá pouco de si. Afeições também exigem flores, chocolates, surpresas. Um teatro, um cinema. É preciso dizer que ama, que gosta, chorar e rir com quem é mais próximo, “perder tempo” sendo simplesmente feliz. Mas a pessoa trabalha demais, nunca tem tempo para a família ou os amigos. Um dia, descobre que os filhos se tornaram desconhecidos. É alguém travado na vida e nas palavras de amor. Conheço um executivo de alto escalão que se mudou para o 3o andar, sem elevador, para economizar no condomínio. O que oferece de fato à família? Economizar dinheiro é uma coisa. Economizar a vida, outra muito diferente.

INDIANA É ESTUPRADA COMO RETALIAÇÃO PELO CRIME COMETIDO POR SEU IRMÃO

sexta-feira, 11 de julho de 2014


Uma jovem de 14 anos foi estuprada por ordem de um conselho local e como parte da punição aplicada ao seu irmão, que teria abusado de outra mulher no estado de Jharkhand, no leste da Índia. O caso aconteceu na quarta-feira, mas a polícia informou que efetuou três prisões nesta sexta-feira. O primeiro caso de abuso sexual, cometido pelo irmão da jovem, aconteceu no último domingo, na vila Gulgulia Dhora. O agressor foi denunciado ao conselho local pelo estupro de uma mulher, informou o delegado Virender Kumar. A partir desta denúncia, o conselho – panchayat, um sistema de Justiça paralela – determinou que a irmã do agressor fosse estuprada pelo marido da mulher agredida, acrescentou Kumar. Após localizar os envolvidos, a polícia deteve nesta sexta-feira o irmão da jovem violada, o marido da mulher agredida e o chefe do conselho local do pequeno vilarejo rural. Na Índia, sobretudo nas comunidades rurais, muitas pessoas vivem sob a tutela de conselhos locais que se sobrepõe à administração do governo. Esses conselhos instituem tribunais paralelos. Suas decisões se baseiam em tradições que perante a Justiça indiana são inaceitáveis, como espancamentos, proibição de casamentos entre pessoas de cidades diferentes ou penas de exílio. Em janeiro, uma mulher foi estuprada por dez homens de um conselho tribal como castigo por manter uma relação com um homem de outra cidade em um povoado do leste da Índia. O estupro e o assassinato de uma jovem estudante de Nova Délhi em dezembro de 2012 gerou uma série de protestos e deu início a um debate sem precedentes em relação à situação da mulher no país. Desde então, a imprensa indiana passou a dar mais atenção aos crimes sexuais contra mulheres. O estupro especialmente hediondo de uma universitária de 23 anos que voltava do cinema com um amigo e foi atacada por seis homens dentro de um ônibus na capital Nova Délhi chocou a população indiana. Todos os criminosos se revezaram no ataque sexual e no espancamento da vítima, em violências que incluíram uma barra de ferro e provocaram ruptura intestinal. A estudante de fisioterapia não resistiu aos ferimentos. A indignação com as autoridades forçou mudanças na legislação, que foi reforçada e passou a prever a pena de morte para casos brutais, sentença que foi aplicada contra os agressores da universitária. No entanto, o endurecimento das leis não se mostrou suficiente para intimidar os criminosos. Entre 2010 e 2012, as condenações por estupro no país caíram de 17,1% para 14,3%. Dos mais 200.000 casos de estupro em 2012, menos de 15% foram a julgamento. Destes, apenas 26% resultaram em condenações. Outro dado alarmante é que em mais de 94% dos casos de estupro as vítimas eram conhecidas dos agressores, que geralmente são familiares, vizinhos, amigos da família.

A crônica de uma vaia anunciada

Posted: 12 Jul 2014 06:32 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dilma Rousseff já está pronta, psicologicamente, para as vaias e prováveis xingamentos que tomará, domingo, no Maracanã? Resta aguardar para ver se ela passará recibo dos apupos e palavrões da galera. Se fingir que tem jogo de cintura, ela nem vai ligar. O duro vai ser explicar, com sorriso amarelo, para os chefes de Estado, ao lado dela na tribuna de honra, o porquê da bronca daquela massa mal educada. Como justificar a agressiva intolerância daqueles que podem pagar por ingressos caríssimos de uma final de “Copa das Copas”?

O assunto vaia e palavrão, desde o primeiro jogo no Itaquerão, consegue tirar Dilma do sério. Novamente, em entrevista à Globonews, Dilma cometeu o erro tático de fazer outro discurso defensivo sobre a bronca radical da torcida (que se repetirá neste domingo, na hora em que o nome dela for citado, sua imagem aparecer no telão ou no momento da entrega da Taça da Fifa ao vencedor de Alemanha x Argentina). Dilma voltou a cair na armadilha do tema “elite branca”:

“O ministro Gilberto (Carvalho) disse que essa questão da chamada elite branca, que não fomos nós que inventamos o nome, ela tinha vazado para alguns segmentos. É opinião dele. Não há porque falar que não, é um absurdo, mas quem compareceu aos estádios, não podemos deixar de considerar, foi predominantemente quem tinha poder aquisitivo para pagar o preço dos ingressos da Fifa, e aí predominantemente uma elite branca. Em alguns casos devia ter 90 (%), em outros 80 (%), 75 (%), mas era dominantemente elite branca”.

A entrevista de Dilma a Globonews foi mais um desastre de marketing político. Claudicar no cálculo percentual da elite branca é conta de maluco... A candidata só consegue se apresentar como uma desorientada, apesar de arrogante e dona da verdade. Três frases ditas por ela, tomadas de forma isolada, revelam a esquizofrenia que toma conta do discurso da Presidenta que teme perder a reeleição: “É certo que nenhum partido está acima de qualquer suspeita (...). O que não é possível é só tratar o PT como o que criou a corrupção no Brasil(...). Temos que avançar na ética, no controle do gasto, na responsabilização de pessoas”.

Dilma consegue parecer mais infantil que jogador da Seleção Brasileira. Não demonstra a mínima competência para transmitir a imagem de alguém capaz de liderar um País. Foi eleita como “o poste” do Lula – que anda sumido do cenário público, aguardando o final da Copa. Agora, com o papo-marketagem de que o Brasil realizou uma “copa das copas”, Dilma não engana nem a ela mesma. E ainda posa de “nacionalista” com o colarzinho que tem uma bandeirinha do Brasil, no pescoço que o eleitorado coloca a prêmio.

A Copa das Copas acaba neste domingo. Já terminou para o Brasil, no “Mineiratzen” alemão que meteu sete gols no time do jardim de infância do professor Felipão. Logo mais, contra a Holanda, na forçada disputa pelo terceiro lugar, é grande o risco de mais uma decepção. A Pátria descalça as chuteiras e volta a colocar o velho Kichute. A maioria está PT da vida com a derrota na Copa. Mas nada garante que ficar injuriado nos levará a ter vontade de mudar, para melhor, usando conceitos corretos.

Depois da Copa, brasileiros e brasileiras voltam a cuidar da vida e a sentir o problema econômico: o presente aumento do custo de vida, com o endividamento das famílias pelos juros altos, e a impressão de que 2015 reserva uma crise esquisita, para a qual não estamos bem preparados. Por isso, repetimos: o PT perderá eleição não pela gestão incompetente e corrupta, mas por não comprovar que tem soluções concretas e imediatas contra a inflação, a dívida das famílias e a onda de insegurança econômica que contamina o cenário.

O resto é conversinha do Boi Tatá sobre qual será o resultado final da Copa do Jegue com o Urubu. Dilma vai tomar na urna... 

Futebras


Mais técnicos


Drama aqui em casa...


Já que o Mengão inspirou o uniforme, bem que a Alemanha podia emprestar os jogadores para o Mais Querido não dar uma de Seleção Brasileira no Campeonato Brasileiro...

Novos fantasmas da Copa





© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 12 de Julho de 2014.

O PT manda consertar o espelho


É intolerável a existência de um instituto de estatística que divulgue números desagradáveis

GUILHERME FIUZA
05/05/2014 07h00 - Atualizado em 05/05/2014 09h59

A presidente da República declarou que a oposição tenta destruir a imagem da Petrobras. Dilma Rousseff continua, portanto, na linha da humildade absoluta – cogita existir alguém capaz de destruir a imagem da Petrobras melhor que ela e seu governo. É uma lição de modéstia. Andaram retrucando na internet que a verdadeira destruição da imagem da Petrobras é Dilma e a presidente da empresa posando juntas de macacão laranja – mas isso é coisa de gente machista e reacionária. É por essas e por outras que o PT trabalha duro para consertar as verdades nacionais, como se vê no IBGE.
É intolerável a existência de um instituto de estatística que possa, a qualquer momento, divulgar números desagradáveis para a revolução do proletariado. Só pode ser conspiração da direita, como diria o companheiro Delúbio. Note-se o índice de inflação. Com todo o trabalho do governo popular para dar um banho de loja nos preços, com a maquiagem caprichada das tarifas públicas, vem o IBGE e mostra, sem a menor sensibilidade, que a inflação estoura o teto da meta. Não há revolução que aguente um órgão público alienado desse jeito. O ideal seria internar todo o corpo técnico do IBGE no STF, para um workshop com aqueles juízes que sabem como inocentar quadrilheiros sem perder a pose acadêmica.
Entre os preços maquiados pelo governo popular está o da gasolina. Isso não ajudou a destruir a imagem da Petrobras, coisa da oposição. Ajudou a destruir a própria Petrobras, derrubando o valor da empresa no mercado. Ou seja: esconder inflação custa caro, e é insuportável que esses técnicos sem noção do IBGE venham jogar todo o esforço no lixo, com seus números desobedientes e alienados.
Mas isso não ficará assim. Numa manobra revolucionária, a presidência do IBGE suspendeu até o fim do ano a divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) Contínua, que traz dados sobre emprego e renda. A ideia é rever a metodologia. As pesquisas sobre desemprego são importantes demais para ficar nas mãos de pesquisadores.
Houve de imediato uma rebelião no corpo técnico, com a renúncia da diretora de pesquisa e ameaça de paralisação das atividades. Se o governo popular tivesse a coragem da companheira Cristina Kirchner, botava logo todo mundo no olho da rua e passava a divulgar números feitos em casa, com sensibilidade social e consciência política – como deve ser toda estatística. Espelho bom é o que satisfaz o dono.
Interessante notar que o pedido formal para a manobra metodológica do IBGE veio da senadora Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao governo do Paraná. Quem é o amigo de fé, irmão camarada e coordenador da campanha eleitoral de Gleisi? Ele mesmo, o político mais famoso do momento, o homem que era vice-presidente da Câmara dos Deputados e teve de renunciar por pressão dos invejosos que não têm um doleiro para chamar de seu: André Vargas.
Foi, portanto, muito oportuna a iniciativa de Gleisi Hoffmann pela intervenção no IBGE, dentro da doutrina petista de botar a verdade nos trilhos. Alguém que convive com André Vargas e a turma que faz brotar dólares na palma da mão não pode deixar que a informação circule por aí solta assim, como uma libertina. Vai que a oposição fica sabendo o que não deve e resolve destruir também a imagem da senadora – como fez com a Petrobras?
Por uma dessas coincidências da vida, o mesmo doleiro que sugava a Petrobras abastecia o companheiro e financiador de Gleisi Hoffmann. Deve ser tudo uma armação da oposição para destruir a imagem de todas essas pessoas de bem. Curiosamente, uma das empresas do tal doleiro repartiu negócios com a Delta, líder das pilantragens no Dnit e nas obras do PAC – área sob supervisão da Casa Civil, então chefiada por Gleisi Hoffmann. Naturalmente ela não sabia de nada. Só sabia que podia confiar em André Vargas.
O bom disso tudo é que o Brasil também confia em todos eles. A linhagem da Casa Civil que desemboca na parceira de André Vargas tem ninguém menos que Erenice Guerra, Antonio Palocci e José Dirceu, entremeados por Dilma Rousseff. O novo IBGE deveria fazer a pesquisa de renda só com essa turma. Chega de estatísticas tristes

CHOQUE DE REALIDADE


A coluna de Rapphael Curvo

Raphael Curvo

Raphael Curvo


O Brasil está nu. Caiu o último manto que escondia a realidade que se encontra o País. O futebol foi colocado como arma política e estratégia de governo para iludir o povo com o marketing de obras e sucesso administrativo. Não faço parte dos “pessimistas” ou dos que não são patriotas, mas sim, incorporo o pensamento daqueles que tem o patriotismo como atitude de defender o Brasil das péssimas políticas governamentais que sujeitam a população a crenças ilusionistas de que tudo está bem e que o Brasil é um cenário paradisíaco. Ser patriota é lutar por educação de qualidade, saúde decente, estradas que não matam pelos defeitos e buracos. É lutar contra a corrupção e a indecência que se tornou a relação promíscua entre governo e partidos políticos. É valorizar o nosso sistema jurídico e respeitar as leis, isso é ser patriótico e não fazer de lágrimas e brados em estádios de futebol algo de supremo patriotismo. Talvez até, estes brados tenham sido um sinal de carência, de desamparo e de frustração ao longo dos anos.

A população está tomando, mesmo que lentamente, a noção de que estamos longe daquilo que a máquina governamental propaga nos intervalos dessas indecentes novelas, fonte de desestruturação de famílias e jovens. É em um cenário virtual que o Brasil vive. Estamos em descompasso da realidade do mundo globalizado e ainda vivemos de expectativas de que caudilhos ou líderes populistas venham nos apresentar ao novo mundo, o mundo do bem estar e qualidade de vida que hoje vive boa parte das Nações civilizadas. O povo começa a perceber que tudo aquilo que lhe é “dado”, e não construído pelo mérito, tem alto preço a pagar. As faturas estão ficando cada vez maiores ante a redução do poder salarial.

O brasileiro está percebendo que o que lhe ofereceram não foi bem assim como pensavam. Ao comprar o carro, como exemplo, não o avisaram dos custos que vinham amarrados no para-choque traseiro em várias cordinhas. Entraram na aventura de que o valor da prestação cabia no salário, só que este não acompanha o custo de vida. Assim, partiram para a compra em 72 prestações, ou seis anos, para pagar. Agora, estarrecido, descobre que aos 24 meses de pagamento, o carro já está aos pedaços e sem preço no mercado e o que ele tem a pagar é duas vezes maior que o valor de venda do veículo. Descobre que o seu salário, corroído, já não dá mais para manter em dia o seguro, IPVA e a manutenção do veículo. Fica então entre a opção de manter o carro ou manter a casa.

Por não ter sido preparado educacionalmente ou mesmo não ter qualificação, uma gigantesca massa de trabalhadores vê seu limite salarial atingir o teto e seus compromissos financeiros ultrapassarem em muito aquele assumido anteriormente dado os aumentos constantes do custo de vida. Pela propaganda escabrosa na TV, transmite-se a população um mar de sucessos e crescimento, como se tudo estivesse solucionado e resolvido, assim como na campanha do presidente da FIESP, candidato ao governo de São Paulo, Paulo Skaff. Transmite ao povo a falsa imagem de que é um realizador, esconde com isso a sua falta de liderança empresarial e atitude em exigir do governo federal investimentos básicos para o suporte e crescimento da economia brasileira. A sua postura foi e ainda é, midiática. O mesmo acontece na esfera federal com a presidente Dillma. Propaga o que não pode, por incompetência, oferecer.

A verdade veio à tona e não há mais alternativas à “propaganda” ilusionista. A incapacidade de governo não terá o manto da Copa para ser escondida. Os sete gols dos alemães foram, no fundo, um salvo conduto ao povo brasileiro e, quem sabe, a extirpação dessa engenhosa máquina de mentiras e falsidades contidas no “bolivarianismo” que nem mesmo eles sabem o que significa a não ser como forma de mascarar a democracia e estabelecer um controle vitalício do Estado. É algo surgido, não do movimento de classes, mas de uma degeneração mental e política de dominação de massa por populistas que são, na verdade, verdadeiros tiranos. Assim, como no futebol, o brasileiro está tomando um choque de realidade.

DISFARÇADAS


Tchio Marcello


As duas figuras da corte brasiliana, depois do 4º lugar melancólico da seleção brasileira, tentam arranjar uma forma de comparecer ao Maraca, na final, de forma a não serem reconhecidas e levar aquela vaia ou algo pior (eu prefiro o algo pior, “naquele lugar”. A sugestão deve ter sido da relaxa e goza…

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