quinta-feira, 1 de maio de 2014

ITAMARATY DIZ QUE PASSAPORTES FALSOS PODEM EXPLICAR PRESENÇA DE TERRORISTAS BRASILEIROS NO IÊMEN

quarta-feira, 30 de abril de 2014


O uso de passaportes falsos é uma das principais suspeitas para a existência de brasileiros entre os terroristas da Al Qaeda mortos no Iêmen. Na terça-feira, o governo do Iêmen comunicou que seu Exército havia atacado uma célula da Al Qaeda que atua no país. A ação resultou na morte de quinze soldados e doze membros da rede terrorista. Segundo o presidente Abdu Rabo Mansur Hadi, entre os terroristas mortos há um ou mais jihadistas brasileiros, além de franceses, holandeses, alemães e árabes. O Ministério das Relações Exteriores informou que até agora não foi notificado sobre o caso e que ainda não dispõe de nenhuma informação concreta. O uso de passaportes falsos não foi confirmado, mas a assessoria informou que esta é uma das hipóteses possíveis. O embaixador brasileiro na Arábia Saudita, Flávio Marega, entrou em contato com a chancelaria do Iêmen para solicitar informações sobre os supostos brasileiros. Por não ter uma representação diplomática no Iêmen, o Ministério das Relações Exteriores vai deslocar um funcionário locado em Riad para acompanhar o caso. Ainda segundo a assessoria, o Brasil está em contato com os demais países citados no episódio – França, Holanda, Alemanha e Arábia Saudita. O objetivo é a troca de informações sobre os terroristas mortos. Os modelos antigos do passaporte brasileiro – com a capa verde – eram considerados documentos fáceis de falsificar e, com isso, eram visados no mercado negro internacional. O modelo novo – com a capa azul – é mais moderno e conta com registros biométricos e outros itens de segurança similares aos existentes em cédulas, como marcas d’água e outros detalhes difíceis de serem forjados. Mesmo assim, nenhum documento está 100% imune às falsificações. Se a nacionalidade dos terroristas for confirmada, será o primeiro caso da existência de jihadistas brasileiros. A Polícia Federal sempre negou a existência de células terroristas no país. Em 2009, um cidadão libanês foi preso em São Paulo e, na época, a Polícia Federal confirmou que ele tinha ligações com a Al Qaeda. Identificado apenas como ‘Senhor K.’, o libanês foi detido por fazer propaganda de idéias antissemitas. Os terroristas foram mortos em uma emboscada armada pelos combatentes da Al Qaeda durante a ofensiva do Exército contra a organização. Insurgentes atacaram um comboio militar perto da cidade de Azzan, no centro-sul do país, e o confronto resultou na morte de quinze militares e doze terroristas, segundo o governo. Outros três soldados morreram e sete ficaram feridos em outra emboscada contra um comboio de sete veículos militares perto de Lahmar, uma localidade da província de Abyan. De acordo com o presidente Hadi, o número de insurgentes mortos na ofensiva pode chegar a 30. O noticiário só reforça a necessidade de o País ter uma lei antiterror. Tanto mais necessária se torna a lei se existe uma indústria de falsificação de passaportes brasileiros. Ainda que a hipótese do Itamaraty se confirme, isso não nega as evidências de que o terrorismo islâmico já opera em nosso território. Não é matéria de opinião, mas de fato.

Os gigolôs da memória - Marco Antonio Villa


A lembrança dos 50 anos da queda de João Goulart ocupou amplo espaço na imprensa. Nenhum outro acontecimento da história do Brasil foi tão debatido meio século depois do ocorrido. Para um otimista, isto poderia representar um bom sinal. Afinal, o nosso país tem uma estranha característica de esquecer o que ocorreu ontem. Porém, a reflexão e o debate sobre 1964 e o regime militar acabaram sendo dominados justamente por aqueles que conduziram o país à crise da república populista e que negaram os valores democráticos nos anos 1960-1970.

A tendência à hagiografia mais uma vez esteve presente. João Goulart foi transformado em um presidente reformista, defensor dos valores democráticos e administrador capaz. Curiosamente, quando esta narrativa é cotejada com relatos de assessores, como o ministro Celso Furtado, ou de um amigo, como o jornalista Samuel Wainer, cai por terra. Furtado, em entrevista à revista “Playboy” (abril, 1999) disse que Jango “era um primitivo, um pobre de caráter”. Wainer relatou que “uma vez por mês, ou a cada dois meses, eu visitava os empreiteiros e recolhia suas doações, juntando montes de cédulas que encaminhava às mãos de João Goulart. (…) Eu poderia ter ficado multimilionário entre 1962 e 1964. Não fiquei.” (“Minha razão de viver”, p. 238).

Não é possível ignorar o caos instalado no país em março de 1964. A quebra da hierarquia militar incentivada pelo presidente da República é sabidamente conhecida. A gravidade da crise econômica e a inépcia governamental em encontrar um caminho que retomasse o crescimento eram mais que evidentes. O desinteresse de Jango de buscar uma solução negociada para o impasse não pode ser contestado: é fato. O apego às vazias palavras de ordem como um meio de ocultar a incompetência político-administrativa era conhecido. Conta o senador Amaral Peixoto, presidente do Partido Social Democrático, que em conversa com Doutel de Andrade, um janguista de carteirinha, este, quando perguntado sobre o projeto de reforma agrária, riu e respondeu: “Mas o senhor acredita na reforma agrária do Jango? No dia em que ele fizer a reforma agrária, o que vai fazer depois?” (“Artes da política”, p.455)

Também causa estranheza a mea culpa de alguns órgãos de imprensa sobre a posição tomada em 1964. A queda de Jango deve ser entendida como mais um momento na história de um país com tradição (infeliz) de intervenções militares para solucionar crises políticas. Nos 40 anos anteriores, o Brasil tinha passado por diversas movimentações e golpes civis-militares. Basta recordar 1922, 1924, Coluna Prestes, 1930, 1932, 1935, 1937, 1938, 1945, 1954, 1955 — tivemos três presidentes da República e dois golpes no mês de novembro – e 1961.

Jogar a cartada militar fazia parte da política. E nunca tinha ocorrido uma intervenção militar de longa duração. Esperava-se um governo de transição que garantisse as eleições de 3 de outubro de 1965 e a posse do eleito em 31 de janeiro de 1966. Esta leitura foi feita por JK — e também por Carlos Lacerda. Os dois principais antagonistas da eleição que não houve imaginavam que Castello Branco cumpriria o compromisso assumido quando de sua posse: terminar o mandato presidencial iniciado a 31 de janeiro de 1961.

JK imaginou que Castello Branco era o marechal Lott e que 1964 era a repetição — um pouco mais agudizada — da crise de 1955. Errou feio. Mas não foi o único. Daí a necessidade de separar 1964 do restante do regime militar. Muitos que foram favoráveis à substituição de Jango logo se afastaram quando ficou patente a violação do acordado com a cúpula militar. Associar o apoio ao que se imaginava como um breve interregno militar com os desmandos do regime que durou duas décadas é pura hipocrisia.

Ainda no terreno das falácias, a rememoração da luta armada como instrumento de combate e vitória contra o regime foi patética. Nada mais falso. Nenhum daqueles grupos — alguns com duas dúzias de militantes — defendeu em momento algum o regime democrático. Todos — sem exceção — eram adeptos da ditadura do proletariado. A única divergência é se o Brasil seguiria o modelo cubano ou chinês. Não há qualquer referência às liberdades democráticas — isto, evidentemente, não justifica o terrorismo de Estado.

A ação destes grupos os aproximaram dos militares. Ambos entendiam a política como guerra — portanto, não era política. O convencimento, o respeito à diversidade, a alternância no governo eram considerados meras bijuterias. O poder era produto do fuzil e não das urnas. O que valia era a ação, a força, a violência, e não o discurso, o debate. Garrastazu Médici era, politicamente falando, irmão xifópago de Carlos Marighella. Os extremos tinham o mesmo desprezo pelo voto popular. Quando ouviam falar em democracia, tinham vontade de sacar os revólveres ou acionar os aparelhos de tortura.

Em mais de um mês não li ou ouvi qualquer pedido de desculpas públicas por parte de ex-militantes da luta armada. Pelo contrário, se autoproclamaram os responsáveis pelo fim do regime militar. Ou seja, foram derrotados e acabaram vencedores. Os policiais da verdade querem a todo custo apagar o papel heroico da resistência democrática. Ignoraram os valorosos parlamentares do MDB. Alguém falou em Lysâneas Maciel? Foi ao menos citado o senador Paulo Brossard? E a Igreja Católica? E os intelectuais, jornalistas e artistas? E o movimento estudantil? E os sindicatos?


Em um país com uma terrível herança autoritária, perdemos mais uma vez a oportunidade de discutir a importância dos valores democráticos.

O BLÁBLÁBLÁ QUE REFORÇA A IMPUNIDADE



(Diego Casagrande - 29.04.2014 - jornal METRO/Porto Alegre)

Estou farto deste blábláblá jurídico-ideológico que há décadas toma conta do país e que só reflete nossa incompetência como nação. É só conversa fiada. Enquanto ficamos justificando o crime, ele só aumenta. Enquanto ficamos justificando que menores não podem ser punidos como adultos, mais e mais menores cometem crimes bárbaros de adultos.

Estou farto de afirmações mentirosas como “não se pode punir porque punir não resolve e nem nos EUA resolveu”. “Não se pode aumentar as penas porque penas duras não diminuem a criminalidade”. “Não adianta prender porque não tem onde botar e as cadeias estão cheias”. Eu poderia recitar de memória dezenas de outras citações que fazem a alegria da bandidagem e nos transformam no país da impunidade.

Infelizmente, a visão de que não adianta punir foi incutida durante décadas nas cabeças dos estudantes, sobretudo de direito, e faz parte da forma simplista como a esquerda vê o sistema legal em países democráticos. Enquanto isso, em países comunistas que a esquerda idolatra, bandido não tem vez, pois a insegurança gera instabilidade social. Está na hora de o Brasil discutir com seriedade uma mudança profunda no nosso sistema de repressão criminal e punições.

Por exemplo, a história de que “ninguém deixa de cometer crimes sabendo das penas”. Esta é uma das maiores mentiras já ditas e que continua sendo repetida. Racionalizem sobre o assunto. Como é possível mensurar isso? Quem comprova isso? Ninguém. O argumento de que os presídios estão cheios não é razoável, pois quantos milhares ou milhões de potenciais criminosos deixaram de delinquir vislumbrando o que os esperava, sobretudo em países onde a lei realmente é cumprida? Ninguém sabe. Aliás, a aplicação da “Tolerância Zero” nos EUA, baseada na teoria das “Janelas Quebradas”, onde a punição a pequenos crimes era preconizada, surtiu grande efeito de frear e reduzir a delinquência.

Acompanhando o caso do menino Bernardo nos últimos dias, não me sinto, como cidadão, contemplado pela lei. Não consigo aceitar que esta família monstro que fez isso com um pobre inocente de apenas 11 anos, um dia volte ao convívio social. É uma gente sem alma, sem coração, sem cura.

São psicopatas. Falar em recuperação para eles é bobagem. Deveriam apodrecer na cadeia. Mas nossos legisladores, medrosos e patrulhados ideologicamente, continuam repetindo mentiras e se negando a discutir tais temas. Estou farto.

Arte de enganar pobres - Ferreira Gullar


A Populismo esse, Que surgiu na América Latina ha alguns Anos, entendi de Chama-lo de neopopulismo parágrafo distingui-lo Do Outro, de Décadas Atrás, originário da Direita, Como o de Perón, na Argentina, EO de Getúlio Vargas, no Brasil ; o Atual, Opaco Hugo Chávez intitulou de socialismo bolivariano, Como o nomo ESTA dizendo, socialismo Quer ser, Isto É, de Esquerda.

De Fato, Nao E NEM socialismo NEM de Esquerda, mas sim UMA contrafação que o Projeto Revolucionário Opaco, EM Nosso Continente, APOS O Fim da União Sovietica, ficou num beco sem juros SAÍDA: PODIA NAO insistir na Pregação de UMA Ideologia Opaco fracassara NEM conversor SE AO Capitalismo, contra o quali pregava.

Por sândalo tempo, o PT AINDA teimou los SUA Pregação esquerdista, mas, enfrentam los das sucessivas Derrotas de Lula Como Candidato à Presidência da República, Que Teve se mudar o Discurso e, AO AO chegar Governo, Seguir como determinações fazer regime Capitalista. Mas Teve uma esperteza de USAR o Poder para ampliar AO Máximo o assistencialismo, EM SUAS DIVERSAS Formas, from o Bolsa Família ATÉ Medidas Econômicas para ampliar o CONSUMO POR Parte das Camadas Mais Pobres.

A Preocupação, portanto, era nao, e Localidade: Não é e governar visando o Bem-Estar da Nação Como hum todo, mas, sim, usar a Máquina do Estado do Pará Crescer politicamente. O neopopulismo E isso: Distribuir benesses como Camadas Mais Pobres da População de para ganhar-LHE OS-votos e Manter-se indefinidamente sem Poder.

Localidade: Não resta Dúvida de Opaco reduzir a Miséria, melhorar como CONDIÇÔES de Vida dos Mais Necessitados, ESTA correto. O Que ESTA Errado E valer-se politicamente de SUAS carencias parágrafo apoderar-se do Governo, da Máquina oficial, dos Recursos Públicos e EUA-los los Benefício PROPRIO, SEM se importar com quanto Consequências Opaco decorreriam Disso.

E NAS Consequências Opaco ESTA uma Questão. A Desigualdade inaceitável E sociais, EO Objetivo de hum Governo efetivamente Democrático E enfrentar ESSE Problema e Fazer o Possível parágrafo resolver-lo; Como Localidade: Não E Fácil resolver-lo, DEVE, Pelo Menos, Tomar como Medidas CERTAS nessa Direção. Mas e Mais Fácil fingir Que o resolve.

FOI QUEM Marx Disse Que Só se muda o Que se conhece. Noutras Palavras,, Ha Opaco Conhecer-LHE parágrafo resolver hum Problema Como o da Desigualdade social como Causas e como dificuldades parágrafo SUPERA-las. E UMA Ilusão Pensar Que elemento Só existe o Porque OS governantes Nunca quiseram resolver-lo. ISSO, EM muitos Casos, Sera Verdade, mas Localidade: Não basta Querer. Pior AINDA E fingir Que o ESTA resolvendo, lançando Mão que assistencialismo demagógico Proprio fazer Populismo.

E Fácil assumir o Governo e passar a dar comida, a Casa é Dinheiro uma Milhões de PESSOAS; DINHEIRO ESSE Opaco desvio ir par a Educação, parágrafo o Saneamento, parágrafo resolvedor OS Problemas da Infraestrutura, OU SEJA, parágrafo dar MELHORES CONDIÇÔES Profissionais ao Trabalhador e possibilitar o Crescimento Econômico. ESSE É O Caminho Certo, Que nenhum governante desconhece e, se o Localidade: Não Segue, E o Porque Localidade: Não Quer. O Resultado E Opaco Localidade: Não se formam Profissionais e Torna-se inviável o PRODUTO exportável, Fonte de Recursos Para O Crescimento Econômico.

Como Consequências inevitáveis ​​Desse Procedimento de São Paulo, POR UM Lado, induzir Milhões de PESSOAS NAO um trabalharem e, Por Outro, inibir o Crescimento Econômico, enquanto aumentam OS Gastos Públicos.

O neopopulismo, fingindo opor-se à Desigualdade social na Verdade induz OS Beneficiados Pelo Bolsa Família um assim aceitarem Emprego se o patrão Localidade: Não assinar a carteira de trabalho, o Opaco constituiu UMA conquista do Trabalhador brasileiro. E FOI o Governo fazer Partido dos Trabalhadores Opaco OS levou um ESSE a retroceder. PODE? Localidade: Não POR Acaso, ó Brasil E HOJE UM DOS PAISES ONDE SE PAGAM MAIS Impostos No Mundo, enquanto o Numero Dos Que Vivem fazer Dinheiro Público Aumenta de Todos os Dias. Fazer Filhos tornou-se Fonte de Renda.


ASSIM É O Populismo de Hoje, Que Veio parágrafo supostamente reduzir a Pobreza, QUANDO se sabe that Família uma, POR receber mensalmente Menos da Metade de hum Salário Mínimo, Nao Deixa de Ser pobre. Claro, Nao Passa fome, mas jamais saira fazer do Nível de carência, um that se conformou, subornada Pelo assistencialismo governamental. ESSE É O verdadeiro mensalão, Opaco Compra o voto de Milhões de eleitores com o Nosso Dinheiro.

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO


“É a CPI da vingança”
Senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobre a ameaça do governo de criar a CPI do Metrô


AO RENEGAR AMIGOS, LULA CAUSOU MAL-ESTAR NO PT

O ex-presidente Lula provocou grande mal-estar no governo e no PT ao declarar, em entrevista à TV portuguesa RTP que os mensaleiros cumprindo pena no presídio da Papuda não são da sua “confiança”. Até porque não é verdade: um dos presos, José Dirceu, por exemplo, exerceu em seu governo o cargo de maior confiança de presidente da República: ministro-chefe da Casa Civil, espécie de “primeiro-ministro”.

CALOU FUNDO

Um dos mais afetados pela declaração de Lula, segundo fontes do PT, foi o ex-deputado José Genoino, velho amigo do ex-presidente.

OFENDIDOS

Outros velhos amigos, que estão presos e não entregaram o líder, como Delúbio Soares, sentiram-se ofendidos com a afirmação de Lula.

MACUNAÍMA VIVE

Ao renegar os amigos mensaleiros, Lula dá razão aos que o comparam a Macunaíma, o “herói sem caráter” da obra de Mário de Andrade.

PERGUNTA NO PT

Após negar três vezes amizade a “cumpanhêros” do mensalão, Lula vai dizer que sua íntima amiga Rose também “não era de sua confiança”?

PARA OBTER APOIO, AÉCIO PODE BUSCAR VICE NO PSD

Convidado ao jantar oferecido pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, domingo, o senador Aécio Neves (PSDB) intensifica as negociações para fechar um acordo político que pode passar, inclusive, pela posição de vice, na chapa tucana. O PSD tem a oferecer precioso tempo de TV, no horário gratuito, na disputa pela Presidência da República, e a retirada da candidatura de Kassab ao governo paulista.

CORTE PETISTA

A candidatura de Kassab ao governo paulista é incentivada por Lula. O objetivo é tirar votos de Geraldo Alckmin, para forçar o segundo turno.

CHANCE

O PSDB vê na queda da presidente Dilma nas pesquisas a chance de atrair partidos como o PSD, que também negociam com o PT.

PSD SERRISTA

O PSDB tem tudo a ver com o PSD: o partido foi criado por Kassab com o estímulo do ex-prefeito paulistano José Serra.

EIS O ACORDO

O deputado André Vargas corre risco zero de ter seu mandato pedido pelo PT, que não quer cutucar ainda mais a fera com vara curta. Além disso, ele poderia alegar pressão e perseguição do PT

RECRUTADOS

O PT indicará José Pimentel (CE) relator e João Alberto (PMDB-MA), obediente a José Sarney, para presidir a CPI da Petrobras. Ou seja, a CPI será instalada dia 7, mas não vai investigar coisa alguma.

TÁTICA DE GUERRILHA

Cresce no Congresso a tese de que o “volta Lula” é alimentado pelo próprio ex-presidente, que se colocaria como alternativa à presidenta Dilma, roubando qualquer espaço ou protagonismo da oposição.

IRRESPONSABILIDADE

Para enfrentar o drama dos imigrantes haitianos que chegam em massa ao Brasil, o governo federal ao menos deveria parar de emitir vistos de turistas ou “humanitários” a quem chega sem o primeiro.

CHANCE PERDIDA

Em crise de labirintite, o ex-presidente Lula poderia ter procurado um médico cubano, dando uma força no programa Mais Médicos, de Dilma e do ex-ministro Alexandre Padilha. Mas preferiu o Sírio Libanês.

TERRA DO NUNCA

Boa pauta para os presidenciáveis: tirar as duas décadas de gaveta do projeto do ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) regulamentando a profissão de lobista. O multidoleiro Yousseff pagaria imposto de renda.

PAPO FIADO

Dono da terceira maior bancada na Assembleia Legislativa de São Paulo, o PV obteve, há mais de mês, a garantia do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de que ocuparia a Secretaria de Minas e Energia.

EM ESPERA

Aspirante à cadeira no Senado, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), já avisou ao PMDB que só entrará na disputa caso o senador Pedro Simon desista de sair candidato à reeleição.

EL TONTO

A tontura que levou Lula ao Hospital Sírio Libanês, no fim de semana, ganhou diagnóstico no Twitter: “Labirintite 8 anos, rótulo vermelho”.


PODER SEM PUDOR

DE CAVALOS E MULHERES

O velho líder gaúcho Flores da Cunha caminhava no Rio de Janeiro, quando foi surpreendido por um amigo:

- Governador, como tem passado?

Já no fim da vida, o ex-governador era um poço de queixas:

- Não estou muito bem. As finanças estão em baixa. Mas farei um empréstimo no banco e resolverei isso...

- Não acredito, governador! O senhor foi tudo na política. Como, logo o senhor, tendo que fazer um empréstimo para as despesas diárias?!

O velho Flores pensou um pouco e respondeu:

- Meu mal, caro amigo, foram cavalos mancos e argentinas ligeiras...

Lula em seu labirinto - MERVAL PEREIRA


O GLOBO - 29/04
Talvez não seja coincidência que Lula, neste momento de extrema pressão sobre si, tenha sido diagnosticado com labirintite no hospital Sírio-Libanês, em SP. Em psicanálise, o labirinto é um modo de circular, andar, expressar-se sem finalidade marcada. Mas de não perder a cinética, o movimento, sair da apatia. 
Lula em seu labirinto talvez seja uma imagem perfeita para explicar a situação atual do ex-presidente, pressionado para assumir o lugar de Dilma na campanha presidencial, mas resistindo com receio de colocar em risco sua lenda. 

Na estranha entrevista que deu em Portugal, disse que o julgamento do mensalão foi 80% político, numa peculiar dosimetria que já foi classificada pelo ministro Marco Aurélio Mello de "coisa de doido". Não haveria grandes novidades nessa fala, a não ser a medição do que foi política e do que foi jurídico na opinião de Lula. Mas o ex-presidente mostrou mesmo o desencontro de seus pensamentos quando, confrontado com o fato de que as pessoas condenadas eram líderes do PT, disse ao entrevistador que eram pessoas que não mereciam a sua confiança. 

Não é possível deixar de ser solidário a José Dirceu, Delúbio Soares, João Paulo Cunha e José Genoino neste momento em que, mais uma vez, Lula tenta tirar o corpo fora dos malfeitos em que seu partido vem se metendo. 

Dias antes dessa entrevista, ele se escusou de comentar o escândalo da Petrobras, alegando para os jornalistas estar "por fora". Como ficou muito feio dizer que estava "por fora" da compra polêmica da refinaria de Pasadena realizada no seu governo, Lula consertou a declaração dizendo, como sempre, que a culpa era da imprensa, os jornalistas entenderam errado. Ele dissera, na verdade, que estava fora (do país) e por isso não falaria sobre o assunto. 

Mas dias depois aceitou falar mal do STF para uma televisão portuguesa? Qual a coerência? Na mesma entrevista, Lula exercitou sua incoerência, uma hora dizendo que não estava ali para criticar o Supremo, e em seguida dizer que o julgamento fora político. Exigir coerência de Lula parece ser demais. 

A História mostra, no entanto, que os encarcerados do PT são todos de alta confiança de Lula em sua caminhada do sindicalismo à política partidária, e, daí, para a Presidência. Vejamos o caso de Dirceu. Fundador do partido ao lado de Lula, os dois sempre estiveram juntos dominando a direção do partido. 

Quando se distanciaram, perderam o controle do PT e permaneceram no ostracismo um bom período. Só retornaram ao controle partidário quando se uniram novamente, para ficarem juntos até a chegada ao Planalto. 

O julgamento do mensalão os separou, Lula brilhando pelo mundo, Dirceu na cadeia. Pode ser que, em relação a Dirceu, Lula tenha tido um "ato falho", revelando sua desconfiança da lealdade de Dirceu. 

Já Delúbio era o homem de confiança de Lula na estrutura partidária e companheiro de bar, o que estreitou muito a relação. Nos bons tempos do poder, Delúbio trocou a cachaça pelos bons vinhos e os botequins pelos restaurantes caros, mas a lealdade a Lula se manteve, tanto que aceitou calado a expulsão do PT depois do mensalão. 

Genoino foi a pessoa de confiança posta na presidência do PT quando Dirceu foi para a Casa Civil coordenar o 1º governo Lula, ser o "capitão" do time, como Lula certa vez definiu. Por tudo isso, as declarações de Lula, sempre afirmando que um dia provará a verdade, provocam reações como a de Marco Aurélio, que ontem diagnosticou um "distanciamento da realidade" nas atitudes do ex-presidente. Interessante é que o autismo é comumente ligado ao labirinto. 

ministro do STF admite que, "na dosimetria, pode até se discutir alguma coisa; agora a culpabilidade, não. A culpa foi demonstrada pelo estado acusador". Também o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, classificou o julgamento do mensalão como "um processo jurídico com um julgamento jurídico". 

O fato de que apenas três dos ministros que terminaram o julgamento não foram nomeados nem por Lula nem por Dilma é um argumento definitivo para falar da lisura do julgamento, e Marco Aurélio Mello fez um bom resumo da situação: "A nomeação é técnico-política e se demonstrou institucional. Como eu sempre digo: não se agradece com a toga". 

Mas, como diz um psiquiatra amigo meu, a vida e a política são labirintos.

PSCANÁLISE DA VIDA COTIDIANA Brasília, 54 anos!


CARLOS VIEIRA
Lúcio, um grande amigo meu, resolveu passar um longo de fim de semana na capital federal. Fui buscá-lo no aeroporto, qual surpresa minha sua mala fora desviada para Goiânia. Fomos reclamar na companhia e disseram-nos que seria entregue no hotel em menos de 24horas. Logo em seguida, um engarrafamento surgia diante de nós, com um detalhe: um acidente automobilístico. Cadê os guardas de transito para organizar o caos na pista. Aliás, guarda de transito nessa cidade não existe, é impressionante. Qualquer outra cidade do país e do mundo, quando ocorre um problema no transito, os guardas tomam a dianteira, organizam as passagens dos carros, orientam os motoristas. Na cidade de 54 anos, cidade do futuro(?) não existe policiamento de transito; existem viaturas que passeiam pela cidade como se nada tivesse acontecido. Ato contínuo, passa o expresso moderno pelo eixão, sem pista própria, como se fora uma cobra gigantesca fazendo o que quer e bem entende. Perto do setor de hotéis, obras e mais obras para a bendita Copa do Mundo. Policiamento, nada, salve-se quem puder.

Á noite saímos para jantar no Pontão à beira do Lago Paranoá. Outro engarrafamento na ponte, as pessoas, ou seja, os motoristas organizando a confusão quando começa a chover torrencialmente. Chove demais, as pistas começam a se encherem de água, os bueiros entupidos, os carros, alguns passam a não funcionar. Aí, desistimos e pegamos a L4 em direção ao Iate Clube. Buracos mil em pistas recentemente refeitas, ou seja, tamponadas em seus buracos antigos e não substituídas. É curioso: algumas pistas são feitas de novo; outras qual o motivo de tamponá-las? Após o jantar fomos dar uma volta na área do poder. Pistas interditadas, sem aviso antecipado, pois no outro dia, teria a comemoração do aniversário da cidade. Desvios vários sem aviso antecipado (prática comum nessa cidade!), conseguimos chegar no hotel, perto do então chamado Estádio Nacional, obra incrivelmente cara, mais de um bilhão, para que os estrangeiros vejam a opulência do país do futuro, da magnitude brasileira, pura “cura cosmética”. Essa verba toda, caso investida em educação e saúde seria digna do seu gasto.

Pela manhã peguei meu amigo e fomos dar uma caminhada no Parque. Logo na entrada, somos surpreendidos com um assalto a uma idosa por um adolescente. Gritos, gritos, polícia, polícia, polícia! Bendita polícia, onde está que não lhe vejo? Ah! Os policiais passeiam nas viaturas, indiferentes à situação solitária e abandonada da população. Bom, é preciso que se diga que talvez seja a única cidade no mundo onde não existem guardas nas ruas. Mas tem sentido, em Brasília não existem ruas e nem esquinas! Não existem duplas Cosme e Damião nas quadras; não acontece de você ver um ou dois policiais andando, protegendo os transeuntes. Eles andam de carro, ou estão servindo aos altos funcionários do governo, em seus gabinetes. E olhe leitor, são os maiores salários de polícia no Brasil!

No parque os habitantes altivos, sarados, andando, correndo, tomando caldo de cana, água e se exercitando para manter a saúde em dia necessitam de segurança, principalmente à noite. E olhe que temos belos parques em todo o DF!

Resolvemos, eu e meu amigo, dar uma volta nas cidades satélites e em alguns “bairros” recentes. Prédios enormes, dezenas de andares, estacionamentos não existem, policiamento idem, e o transito, ah! o transito, parece cidade grande. Mas é uma cidade grande sim, só que uma cidade que não pensou como seria crescer. Grande, sem política administrativa para organizar e dar uma qualidade de vida razoável. Bem, andando por algumas Satélites, pelo amor de Deus! Buracos, asfaltos remendados, novamente sem policiamento, mais obras, obras e mais obras, é claro, aceleradas com finalidade eleitoreira e não com projetos de melhoria do hoje e do futuro. Postos de Saúde, curiosamente difundidos pela publicidade nas tevês, sem condições de funcionamento e sem enfermagem e pessoal médico.

À noite saímos novamente. Enquanto esperávamos o jantar, meu amigo se surpreende com o noticiário do jornal: crimes e mais crimes, assaltos, incêndio aos postos policiais, claro, sem policiais, acidentes de transito sem ajuda da polícia, corpos encontrados mortos nas Satélites e no Plano Piloto, um cenário não tão distante das favelas das grandes cidades. 

Cinquenta e quatro anos! Claro que houve crescimento, desenvolvimento, que hoje já existe uma população filha da cidade e não só de candangos. Já existe uma certa vida própria do ponto de vista cultural e artístico. Escolas, hospitais, centros comunitários, universidades outrora construídos, isso não se discute. O que se discute é que as administrações públicas e governamentais não têm projetos para manter o crescimento inevitável. A mentalidade política, aqui na capital da República é a mesma: governar para benefícios próprios sem respeito à condição de humanidade, sem segurança pública, sem assistência à saúde e à educação. Ou será que a intenção é deixar a população sempre ameaçada, abandonada e desprotegida?

Vivemos num mundo tido como uma “economia globalizada”, quando o que não se tem coragem de dizer é, vivemos num mundo onde predomina o Capitalismo Selvagem em prol de uma minoria rica, por trabalho e por falcatruas. Fiódor Dostoiévski, se vivo, escreveria numa versão pós-moderna  seu brilhante, profundo e doloroso – ‘HUMILHADOS E OPRIMIDOS – Ou, pensando em Friedrich Nietzsche no ensaio  “Sobre o Pathos da Verdade”, onde escreve:” Enquanto o homem comum leva a sério, tão melancolicamente, essa tensão de ser, aqueles que souberam dar uma risada olímpica de tal coisa, ou pelo menos tratá-la com um desdém sublime; e, com frequência, foi com ironia que desceram dos seus túmulos – pois o que haveria neles para enterrar?”

Bom, meu amigo já viajou e deixou saudades. Saiu perplexo e um tanto depressivo com o que viu, dizendo a seguinte afirmação: “acho que o “tombamento de Brasília” está acontecendo. Não o famoso tombamento como patrimônio da humanidade, mas o tombamento consequente do descaso pela coisa pública, e da falta de sensibilidade pela segurança e melhor qualidade de vida aos habitantes.”
Carlos de Almeida Vieira - psicanalista e psiquiatra.