quinta-feira, 23 de maio de 2013

Estafeta de Maduro explica por que falta papel higiênico na Venezuela: é que o povo está comendo mais!!! É sério! Não é piada!


23/05/2013
 às 16:36


O regime venezuelano vai se desconstituindo de forma patética. Uma piada — ou nem tanto — toma conta das redes sociais da Venezuela. Pouco depois de o governo aprovar a importação de 39 milhões de rolos de papel higiênico — em meio a uma crise geral de abastecimento, muito especialmente de produtos alimentícios —, Elías Eljuri, presidente do Instituto Nacional de Estatísticas, foi a público, numa entrevista concedida à Televen, uma das TVs estatais do país, para “provar” que o povo está comendo muito mais hoje em dia. Eis o vídeo. Volto em seguida.
Voltei
Reitero: a falta de alimentos na Venezuela é dramática. E o tal Eljuri tenta provar por quê: é que se come mais!!! Por enquanto, estão tentando importar comida também. Ainda chegará a hora de punir os comilões, acusados de contrarrevolucionários.
E, eis o motivo de escárnio da rede, está explicada também a falta de papel higiênico no país. Sabem como é: quanto mais comida entra, mais comida processada sai, certo? É fato que o chavismo aumentou bastante, na Venezuela, a produção de “mierda”, como se diria em espanhol castiço.
Por Reinaldo Azevedo

Santo Deus! Tá tudo dominado! Teremos um acusado de 3 crimes perante o Supremo ocupando a Presidência: Renan Calheiros


Ricardo Setti

Renan Calheiros: presidente da República, sim, senhor! (Foto: veja.abril.com.br)
Amigas e amigos do blog, se é que faltava alguma coisa para justificar essa grande República de bananas metida a gente grande que é o nosso país, não falta mais.
Informa o repórter do site de VEJA Gabriel Castro, de Brasília, o seguinte:
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Nesta sexta-feira, a Presidência da República será comandada por alguém que responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e que já esteve perto de ter o mandato cassado.
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e terceiro na linha sucessória, assumirá o comando do Executivo por um dia.
É o que manda a Constituição: a presidente Dilma Rousseff viaja para a Etiópia, o vice Michel Temer estará no Equador e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está nos Estados Unidos.
Renan já havia ocupado a Presidência interinamente em maio de 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva era o chefe do Executivo. [Na época, não pesavam as acusações que levaram o senador a renunciar ao cargo de presidente do Senado no ano seguinte, envolvido num escândalo revelado por VEJA que incluía, entre outros problemas, o pagamento, por parte de uma empreiteira, de despesas da mãe de uma filha havida fora do casamento por Renan].
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Como não acredito em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, na Mula sem Cabeça ou em certas coincidências em política, fica claro que a mesa foi posta para o Planalto fazer um agrado a Renan, esse presidente do Senado tão prestativo ao lulopetismo.
Se a presidente Dilma quisesse evitar o constrangimento de ter um denunciado pelo Ministério Público Federal perante o Supremo ocupando sua cadeira, por 24 horas que fosse, poderia perfeitamente articular a viagem do vice Michel Temer para outra ocasião, ou gestionar junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, para que mudasse as datas de sua ida aos Estados Unidos — até transferir, com delicadeza diplomática, sua visita à Etiópia, que com absoluta certeza não é a coisa mais urgente sobre a face da Terra.
Qualquer jornalista que haja passado perto dos gabinetes de Brasília sabe que tal questão é absolutamente simples de resolver.
Mas, não. Vai estar lá o homem, empoleirado no cargo.
E, para refrescar a memória dos leitores, vamos lembrar o que aflige o senador junto ao Supremo Tribunal. No dia 1º de fevereiro passado, uma sexta=feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou o que já vinha circulando em Brasília: ele apresentara denúncia contra o senador perante o Supremo pelos crimes de peculato (quando servidor público utiliza o cargo para desviar dinheiro público), falsidade ideológica e uso de documento falso.
Gurgel explicou na ocasião que a acusação de peculato contra o presidente do Senado baseia-se, “essencialmente”, no suposto uso de notas frias para comprovar despesas da verba de representação do gabinete. “Ele comprovou isso com notas frias”, afirmou Gurgel. “Os serviços [contidos nas notas], na verdade, não foram prestados. Isso caracteriza o peculato”. O procurador-geral alegou que os documentos apresentados na prestação de contas do senador não foram utilizados com a finalidade que as notas fiscais identificavam, mas para justificar renda. “Para justificar renda, ele usou de recursos da verba de representação e comprovou com notas frias. A prova documental é farta nesse sentido”.
O Código Penal prevê pena de 2 a 12 anos de cadeia para o crime de peculato. Se chegar a haver uma condenação pelos três crimes de que é acusado, Renan está sujeito a um total de penas que pode se situar entre 5 a 23 anos de prisão, além de multa que a decisão do tribunal cominaria.

Posição em favor do terrorista Battisti é, a meu ver, mancha no currículo do novo ministro do Supremo



O site de VEJA publicou as primeiras repercussões sobre o nome que a presidente Dilma vai indicar ao Senado para integrar o Supremo Tribunal Federal. Vejam em seguida, e depois minha opinião:
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) elogiaram a escolha do advogado Luís Roberto Barroso para ocupar a vaga deixada pelo ex-ministro Carlos Ayres Britto, que se aposentou em novembro. A escolha de Barroso foi anunciada nesta quinta-feira pela Presidência.
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, afirmou, durante um intervalo de uma sessão, que considera Barroso uma escolha “excelente”. “Não só pelas qualidades técnicas, como pessoa, mas também pelo fato de que somos colegas da Universidade do Rio de Janeiro”, disse o presidente à Agência Brasil.
Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que o advogado “será recebido de braços abertos como um grande estudioso do direito, um profissional digno de elogios”.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também elogiou a escolha de Barroso. “É um jurista consagrado e que certamente trará ao Supremo uma preciosa e valiosa contribuição”.Gurgel disse que o advogado poderá participar do julgamento dos recursos do processo do mensalão caso se considere preparado.
“Na verdade o julgamento dos embargos é um novo julgamento. A princípio não há dificuldade”, disse Gurgel. O novo ministro deverá ser sabatinado pelo Senado antes de ser empossado no STF.
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Meu colega e amigo Reinaldo Azevedo lembrou, hoje, que, como advogado, Barroso atuou em favor da pesquisa com células-tronco embrionárias, união civil de homossexuais e do aborto de anencéfalos.
Ele acha isso ruim.
Como, aqui em VEJA, vivemos em uma democracia, minha opinião é oposta à dele: que bom que é termos no Supremo um ministro aberto para essas questões contemporâneas.
Do que não gosto nem um pouco é o fato, também ressaltado pelo Reinaldo, de o ministro ter atuado em favor do terrorista italiano Cesare Battisti junto ao Supremo. Assassino confesso, procurado por seus crimes pela Justiça de um país democrático e amigo do Brasil como é o caso da Itália, até hoje não me conformo com sua acolhida no Florão da América, como se esse criminoso estivesse sofrendo, na Itália, perseguição política de parte de  um regime autoritário.
Essa decisão cobriu o país de vergonha, nos transformou em uma República de bananas e ter no Supremo alguém que não apenas considera correto o resultado final como também lutou por ele, a meu ver, não engrandece o tribunal.
Especula-se sobre como Barroso atuará no julgamento do mensalão — até o procurador-geral da República, naturalmente instigado por jornalistas, acabou colocando sua colher no assunto.
Não tenho a mais remota ideia. Para mim, o que pesa, no nome de Barroso, é sua postura em favor de Battisti. Para mim, uma mancha no currículo.

Um plus a mais, por Luis Fernando Veríssimo



Passei por uma loja que vendia roupa “plus size” para mulheres. Levei algum tempo para entender o que era “plus size”. “Plus”, em inglês, é mais. “Size é tamanho. Mais tamanho? Claro: era uma loja de roupas para mulheres grandes e gordas, ou com mais tamanho do que o normal.
Só não entendi isto logo porque a loja não ficava em Miami ou em Nova York, ficava no Brasil. Não sei como seria uma versão em português do que ela oferecia, mas o “plus size” presumia 1) que a mulher grande ou gorda saberia que a loja era para ela, 2) que a mulher grande ou gorda se sentiria melhor sendo uma “plus size” do que o seu equivalente em brasileiro, e 3) que ninguém mais estranha que o inglês já seja quase a nossa primeira língua, pelo menos no comércio.
A invasão de americanismos no nosso cotidiano hoje é epidêmica, e chegou a uma espécie de ápice do ridículo quando “entrega” virou “delivery”.
Perdemos o último resquício de escrúpulo nacional quando a nossa pizza, em vez de entregue, passou a ser “delivered” na porta. Isto não é xenofobia nem anticolonialismo cultural americano primário, nem eu acho que se deva combater a invasão com legislação, como já foi proposto.


O inglês, para muita gente, é a língua da modernidade. Todos queremos ser modernos e, nem que seja só na imaginação, um pouco americanos. E nada contra quem prefere ser “plus” a ser mais e ter “size” em vez de altura ou largura. Só é triste acompanhar esta entrega — ou devo dizer “delivery”? — de identidade de um país com vergonha da própria língua.

PAPO VOVÔ
Engana-se quem acha que os avôs vivem num paraíso enquanto os pais padecem com as crianças. Ser avô também requer pratica e habilidade e, acima de tudo, versatilidade. Ainda mais quando a neta tem uma imaginação ativa, como a Lucinda, e vive mudando a distribuição de papéis nos seus faz de contas.
Você um minuto é príncipe e no outro é pai, no outro é caçador e no outro é monstro, e pode passar rapidamente de rei a cachorro. O que exige do avô um talento histriônico fora do comum, além de preparo físico.
Uma das minhas encarnações é a de marido. Já nos casamos várias vezes, e como marido tenho um direito que nenhum outro personagem tem, nem o cachorro: o de ser chamado de “meu amor”. É o meu papel preferido.

Cartas de Paris: A maneira francesa de viajar, por Ana Carolina Peliz



Eu tenho o péssimo hábito de ficar escutando as conversas de outras pessoas nos transportes públicos. Hoje, por exemplo, tinha um rapaz ao meu lado que contava por telefone que passaria suas férias de verão no Sri Lanka. Ele explicava que o país, conhecido pelas praias paradisíacas, também tinha atrativos culturais. A conversa me fez pensar na maneira especial que têm os franceses de viajar.
Pouco importa para onde viajem, pode ser para o interior da França ou para lugares distantes e exóticos, o programa quase sempre inclui visitas culturais. Quando viajo, mesmo em lugares perdidos, sempre encontro franceses nos museus. Eles são capazes de encontrar alternativas culturais nos lugares mais inusitados.
O primeiro passo para organizar a viagem sempre é comprar um guia e fazer um estudo geral do que pode ser visto no país. Algumas vezes este estudo inclui até mesmo aprender uma nova língua, principalmente para os turistas mais jovens.
Os franceses também gostam de sair fora dos caminhos já trilhados, como eles mesmo dizem. Por isso raramente viajam em excursões. Sempre buscam lugares originais, querem o mais autêntico, tentam se misturar com a massa. Eles acham que se misturam.
Normalmente são viajantes intrépidos, capazes de se aventurar com quatro filhos no Vietnã, e gostam principalmente de locais com algum tipo de artesanato ou uma igreja de mais de um século. Mas também se interessam pelo contemporâneo. Para eles, pouco importa a idade do lugar, contanto que seja carregado de história.


Uma vez uma parisiense que visitou o Brasil me disse que achava Brasília única, uma cidade cheia de simbologia. Quando ela começou a interpretar as linhas da capital federal, eu me emocionei.
Poucas vezes ouvi alguém definir com tanta sensibilidade esta cidade que representa tão bem nosso ímpeto de modernidade, misturado com a força da natureza e com as questões sociais que assombram.
Os franceses raramente viajam para fazer compras. Eles simplesmente não acreditam quando conto que alguns brasileiros vão a Miami apenas com este objetivo. Eles também nunca pedem para os amigos trazerem uma encomenda, às vezes dizem “traga um pouco de sol”, mas eles sempre enviam cartões-postais para os que ficam. Eu gosto muito deste hábito, que rapidamente adotei. Receber um cartão-postal ajuda a aquecer o coração no chuvoso verão parisiense.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela escreve aqui todas as quintas-feiras.

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O SENHOR E O ESCRAVO



Laurence Bittencourt (*)
Em 1936 no XVI Congresso Internacional de Psicanálise realizado em Marienbad, o então jovem médico psiquiatra Jacques Lacan dava inicio ao seu percurso genial como teórico e clinico, grande teórico e grande clinico que foi da mente humana, do ser humano. Nesse Congresso, pela primeira vez ele falava da sua primeira grande inovação ao expor um dos momentos iniciais de toda criança que ele intitulou como “Estágio do espelho”.
“Estágio do espelho”
“Estágio do espelho”
O mais incrível e lamentável,  é que durante a sua apresentação oral, ele foi cortado da fala, por Ernest Jones (o futuro biógrafo de Freud). Dante do inesperado, Lacan sequer entregou os originais, como é comum, para serem transcritos nos anais daquele Congresso.
Essa cópia incrivelmente foi perdida por Lacan, provavelmente devido à raiva. Ele só voltou a escrever sobre o “Estágio do espelho” em 1949 que terminou fazendo parte do livro “Escritos” e que ganhou o titulo final de “O estádio do espelho como formador da função do eu tal qual nos é revelado pela psicanálise”.
Hoje o texto lacaniano se tornou um clássico sendo lido e estudado “ad infinitum”. A ideia central do texto é esclarecer a gênese do eu, algo que teve inicio com o trabalho de Freud através do conceito de narcisismo, mas que de fato ficara inacabado e mal explicado.
Ao voltar do Congresso em 1936, Lacan escreveu outro grande texto chamado “Os complexos familiares na formação do individuo” que teve como norma continuar suas pesquisas sobre a origem e formação do eu, tanto que ele assim escreveu:
“A identificação afetiva é uma função psíquica cuja originalidade a psicanálise estabeleceu, especialmente no Complexo de Édipo…mas o emprego desse termo, na etapa em que estamos estudando, é mal definido na doutrina: foi isso que tentamos suprir com uma teoria da identificação cujo momento genético designamos pela denominação de estádio do espelho”.
O chamado “Estádio do Espelho” ficou conhecido na teoria lacaniana como o momento inaugural em que o ser humano (todo ser humano) é tocado, capturado, absorvido, pelo eixo Imaginário.  Para Lacan, fase do espelho é a fase da constituição do ser humano que se situa entre os seis e os dezoito meses, em que a criança, ainda num estado de impotência e de incoordenação motora, antecipa imaginariamente uma unidade corporal. Será também esse eixo imaginário o pivô explicativo, por exemplo, da psicose paranoica, com o seu discurso de certeza absoluta e crenças delirantes.
Lacan, tomando algumas das ideias de Hegel, irá definir esse momento inicial, dialeticamente, o do nascimento do eu, como sendo o do conflito entre duas consciências que se opõem numa luta de morte, algo que Hegel em outro plano, designou como sendo a luta entre o mestre e o escravo, ou como alguns traduzem como o senhor e o escravo, cuja aposta é de se fazer reconhecer pelo outro, ou dito de outra maneira, o que se trava é uma luta por prestigio. Algo que Jacques Lacan intitulou corretamente como sendo a “paixão da alma” por excelência.
O “estádio do espelho” ficou marcado na teoria lacaniana como sendo o primeiro momento de sua teoria a privilegiar o que ele intitulou de momento do Imaginário, fazendo relação com os outros dois eixos tão importantes em sua teoria que são o Simbólico e o Real. O momento inicial é especular, mas que deixará suas marcas na história do homem.