segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

OBRA-PRIMA DO DIA - ENGENHARIA As Termas de Trajano em Roma (109 d.C.)



“A verdadeira felicidade não é ter tudo, mas não desejar nada”.
O pensador romano que disse essa verdade que muito me incomoda por eu saber que jamais alcançarei esse patamar de felicidade, chamava-se Sêneca. Sei que aqui todos sabem quem foi ele, mas dá que alguém não se lembre? Sêneca está linkado, é só clicar em seu nome.
Vamos aos poucos discorrer sobre as termas e sua importância para os Romanos, mas o objetivo maior é mostrar, mais uma vez, detalhes da fantástica Civilização Romana.
Diariamente o romano, ao acabar as tarefas do dia, dirigia-se a uma dessas termas. Fosse rico ou pobre, lá estava ele. Alguns tinham banhos em casa, mas a ida às termas era um programa imperdível.
Quando viajamos pela Europa não é incomum encontrar ruínas dessas estruturas dedicadas ao banho. Algumas impressionam pelo tamanho, outras pelo luxo, e muitas pelo uso que até hoje fazem delas.
Pois Sêneca não apreciava muito essa verdadeira mania. Segundo ele, nos primeiros dias de Roma, os romanos só tomavam banho completo uma vez por semana. E ele ainda criticava seus patrícios por esse desperdício, já que seus ancestrais se contentavam em banhar-se a nundinae, isto é, de nove em nove dias.
Sêneca achava que seus contemporâneos deviam se abster de tal luxo. Não fosse ele o filósofo do estoicismo...
Historicamente, o banho era considerado prejudicial à saúde; até quase o fim do século XIX banho completo duas vezes ao ano era o recomendado.
Então o que explica os romanos terem espalhado termas por toda a parte?
Sabemos que elas existiam desde o século II a.C. e que no início só os homens podiam usá-las. Segundo muitos historiadores ali eram discutidos assuntos políticos e de negócios e as senhoras não tinham nada que se meter nessas conversas (a continuar).


Acima a maquete das Termas de Trajano, cujas ruínas impressionam pela magnificência e amplitude da construção que ocupava um espaço de 60 mil m². Erguida sobre as ruínas da Domus Aurea (o Palácio Dourado de Nero) pelo arquiteto Apolodoro de Damasco, foram as primeiras com tamanho monumental.
A Apolodoro, arquiteto que uniu os estilos helenísticos e orientais e que foi responsável também por outras duas impressionantes heranças para a humanidade, a ponte sobre o Danúbio que possibilitou Roma chegar até onde chegou, e a Basílica Ulpia, cujas belas colunas ainda podem ser vistas no Forum Romano, somente foi pedido que destruísse, para sempre, qualquer vestígio de Nero naquele local.
Inaugurada em 22 de junho de 109 d.C.,o arquiteto inovou aproveitando o eixo nordeste/sudoeste, para captar mais luz e mais sol.


Ainda estão intactas várias partes das Termas de Trajano, inclusive as cisternas, chamadas até hoje de Sete Salas (foto acima), porque quando foram desencavadas os arqueólogos pensaram tratar-se de salões imensos o que na verdade eram depósitos que suportavam 8 milhões de litros d'água.
Estão em pé duas de suas quatro êxedras - salas com bancos de pedra semicirculares destinadas aos debates após palestras (foto abaixo).


Foram dos mais importantes complexos termais e de lazer em Roma e, segundo li, finalmente estão abertas ao público após anos de trabalhos arqueológicos de monta.

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