terça-feira, 25 de setembro de 2012

Por que os Gestores Públicos não resolvem o problema da Saúde no Brasil?


Saúde Pública


09:10:11

A resposta é simples: Resolvendo o problema da saúde pública, os hospitais particulares e os planos de saúde terão uma demanda em declínio, com um menor número de pessoas procurando os hospitais particulares, diminuirá a arrecadação tributária e os salários dos médicos, como o governador é médico, ele não vai querer contrariar sua categoria. Não é gente? ...

Nessa mesma linha há os empresários da área de saúde que financiam as campanhas dos políticos, ou seja: Os empresários da área de saúde financiam os políticos para que, depois de eleito, tudo fica como está, ou seja, qual seria o interesse do empresário da área de saúde em patrocinar um politico, para que este investisse mais em saúde pública? Não, claro que não, o empresário da área de saúde financia uma campanha de determinado politico para que ele não invente nada, isto é: deixe a saúde pública como está, uma porcaria

Por J. Loival
Fonte: Blog do Cafezinho - 25/09/2012

Saney decide: sabatina de Teori Zavascki só depois das eleições


  • Sabatina


    18:01:32

    Sarney adia nomeação de Teori

    A sabatina de Teori Zavascki no Senado acaba de ser adiada para depois das eleições. A decisão tomada por José Sarney atende aos argumentos da oposição que desconfiava da nomeação repentina do novo ministro do Supremo. A sabatina tinha sido interrompida hoje e seria retomada amanhã.

    Por Lauro Jardim
  • E VAI GEMER



    Walter Marquart
    Demorou, mas chegou o momento de torcer o rabo da porca. Preparemo-nos para ouvir os grunhidos porque a verdade fica, com as condenações dos mensaleiros, escancarada. Quando os julgados pertenciam aos grupos de agentes cooperadores, já ouve bate boca. Pouca na verdade. Estavam julgando os lambaris corruptos (os corruptores ficaram em outra fatia do processo). Chegado o capítulo que “enrosca” o rabo dos porcos, quanto mais afiada for a espada da justiça, sangrando, eles grunhirão.
    Quando o Marcos Valério esmiuçar toda a verdade, igualmente o Cachoeira, passaremos a ficar surdos, tão alto será o ruído dos ensangüentados porcos, especialmente se for o sangue do Chefão Lula ou das subservientes e corruptas empreiteiras. Caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal) separar e trancafiar os porcos, gordos ou magros, todos no mesmo chiqueiro. Nenhuma discriminação. Presos, terão todo o tempo, o resto de suas vida para filosofar sobre princípios e metas alcançadas porque omitiram a verdade.
    Para chegar ao poder absoluto, precaveram-se aparelhando o Estado, os Sindicatos, Universidades e intelectuais, Estatais e os “seus” fundos de pensão… As empreiteiras de grandes obras sempre usaram o asfalto do tipo corrupção, foram mal entendidos quando prometeram que resistiriam a vida toda. Para trafegar com bicicleta ou a pé, mas nunca com um veículo pesado.
    Ora, pois! Conseguiram até o respaldo de banqueiros, para branquear ou lavar o dinheiro sujo, tornando-os partícipes dos crimes, todos com os avais presidenciais e certos de que contariam com o instituto da impunidade, sem ponto no infinito. Pensaram que não surgiria um Jefferson e o “monstro Barbosa. KKKKK.
    Quiseram calar o Marcos Valério e o Cachoeira (ainda na miúda falsidade), mas eles e toda a cúpula lulo-petista sabem que são arquivos vivos e que (Valério já percebeu) a qualquer momento terão o mesmo fim do Ex. Prefeito de Santo André. Todos sabem do que o PT é capaz, e sua atual esposa empoleirada, certamente conhece mais ainda; ela faz parte da Organização, está quieta e contente com as láureas que está recebendo. Castiga severamente aquele que tentar torcer-lhe o rabo. Falaram tanto em democracia, condenaram os militares, urraram contra os contrários, apresentaram-se como paladinos da Justiça e deuses da ética na política; professores da dignidade. Quem pensou que eram socialistas diferentes, ao sentarem na cadeira do poder, passaram a arquitetar o diabólico plano que imola a Democracia. Criaram uma nova consciência, comandada e mantida com recursos não contabilizados, e até lideres, ditos religiosos, passaram a aplaudi-los (único interesse era de estarem salvando almas). O Rei Barbudo exigiu o tratamento de deus. Aí só ficaram os religiosos satânicos com ele.
    O novo inventor da democracia participativa e popular exige que aqueles que comungarem da mesma fé, serão guindados a algum cargo público bem remunerado; os oportunistas, recompensados com alguma benesse, mas aos críticos o mesmo “galardão’ do Celso Daniel, aquele que Che Guevara portava dentro do revolver. Stalin, Hitler, Fidel, Mao e seus discípulos, cuidaram de exigir um Sim ou não dos perseguidos, e pouco importava a resposta; antes de proferida, já tinha sido dada a ordem de mandá-los para a eternidade.
    Uma das últimas barreiras que isolam os brasileiros do precipício infinito é o STF. Ele, ainda é tempo, poderá salvar o Brasil, julgar com isenção, sem ouvir os cobras mandadas que o petismo impôs para participar do julgamento. Juízes ou defensores.
    O Ministério Público não comprometido deve intimar o Marcos Valério e o Cachoeira a saírem do impasse: prisão se não cooperarem ou absolvição moral se relatarem todos os podres que os Bastos, Okamotos, Greenhalgs e outros, indicados pelo PT para acalmá-los e garantir-lhes a proteção lulo-petista, em nome do socialismo popular e “verdadeiramente democrátivo”. Okamoto cuida da tesouraria e ajuda os outros a proteger o rabo do porco. O que todos já tinham certeza, agora é confirmado pelo STF. Quando o Roberto Jefferson, não importa o motivo, acionou a sua metralhadora, inapelável e certeira, criou a oportunidade da benfazeja verdade.
    Bendigo o seu ato, Roberto Jefferson, sem ele já estaríamos enterrados na ditadura do Foro de São Paulo.
    (1) Fotomontagem: Lula, o chefão; Celso Daniel, o assassinado e Miriam Belchior, sua ex mulher por divórcio.

    O perigo silencioso, por Miriam Leitão



    A gestão do ministro Guido Mantega no Ministério da Fazenda está destruindo o patrimônio fiscal que levou uma década e meia para ser construído. Dentro dessa categoria, de demolição da ordem fiscal duramente edificada, encaixa-se a decisão de o Tesouro se endividar em R$ 21 bilhões para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil aumentarem a oferta de empréstimos. 
    Por 15 anos, entre o fim da ditadura militar e o ano 2000, o país executou uma enorme tarefa para acabar com os orçamentos paralelos, a conta movimento, os ralos e as fantasias contábeis até chegar à aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
    É esse arsenal que tem sido furtivamente recriado. A operação autorizada por Medida Provisória na sexta-feira é parecida com as que foram feitas para o BNDES. A dívida aumentará, porque o Tesouro tem que lançar papéis no mercado, mas a operação é mascarada como empréstimo a esses bancos. Não se sabe quando eles pagarão a dívida, por isso é impossível calcular o custo disso para os cofres públicos.
    O custo médio de financiamento da dívida pública interna este ano está em 11,85%. A Selic está em 7,5%, mas o custo real é impactado pelos juros que incidem sobre títulos antigos. O Tesouro receberá do Banco do Brasil os 5,5% da TJLP nos R$ 8,1 bilhões que irão para a instituição. Haverá custo para o governo, mas ele não estará no Orçamento. Criar despesas de forma disfarçada e não registrá-la no Orçamento é contornar a obrigatoriedade de que não se criem despesas sem a definição de receitas.
    A conta movimento parecia um gasto sem ônus e sem limite. O Banco do Brasil sacava no Banco Central para cobrir seu balanço. Agora, os bancos públicos têm recebido recursos de uma forma semelhante.
    O objetivo da operação, segundo a nota do Ministério da Fazenda, é "manter a capacidade de expansão da carteira de crédito, garantir a continuidade do aumento da participação no mercado".
    Há sinais fortes de que o ciclo de empurrar as famílias para o endividamento está se esgotando. O crédito nos bancos públicos cresceu 27%, e a inadimplência subiu 22%, em 12 meses até julho.
    Se o BB e a Caixa crescerem no mercado via competição normal com bancos privados, isso é saudável. O erro é o governo estabelecer como objetivo de política pública que eles tomem mercado à custa de subsídio público, ainda mais porque um dos bancos, o Banco do Brasil, tem sócios privados.
    Se esse crescimento der lucro, será transferência de recursos públicos para particulares; se der errado, o acionista do BB pagará a conta em forma de queda de redução de dividendos. Se for capitalização, vai diluir o capital do minoritário, e isso tem que ser comunicado previamente à CVM.
    O Tesouro se comporta como se tivesse descoberto a fórmula mágica da multiplicação dos recursos sem ônus. Lança títulos ao mercado e transfere o dinheiro para os bancos públicos, e eles, por sua vez, pagarão com juros baixos e no prazo que quiserem. Se é que pagarão. Há gasto público embutido aí, mas não há registro como despesa em lugar algum, e por isso o impacto fiscal é escondido. Já foram emprestados assim mais de R$ 300 bilhões ao BNDES. Agora, o mesmo acontecerá com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.
    Equívocos na política econômica pesam muito tempo sobre o país. Durante anos pagamos o preço dos erros da bagunça fiscal do governo militar, em forma de inflação. São esses mecanismos, aparentemente engenhosos, que estão silenciosamente voltando a ser criados. Parece que os economistas do governo não aprenderam a lição número um: a de que não existe almoço grátis.

    Apagão no Norte e NE: governo repete a mesma desculpa. por Míriam Leitão


     - 
    25.9.2012
     | 
    10h55m


    No último sábado, um apagão atingiu onze estados do Norte e Nordeste. Nessas horas, a explicação do Ministério de Minas e Energia e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é sempre a mesma desculpa esfarrapada:  a subestação de algum lugar não funcionou, o sistema deveria ter isolado, mas não isolou. Também falou em apagão programado, mas não foi isso.
    Desta vez, o problema foi na subestação de Imperatriz (MA). Em 2009, quando 18 estados ficaram no escuro, houve problema nas subestações de Itaberá (SP), Ivaiporã (PR) e Tijuco Preto (SP).
    Em vez de dar a mesma desculpa, é preciso investigar por que, sistematicamente, o sistema de isolamento não funciona. Não é para ter uma explicação a posteriori, mas uma solução a priori, estabelecer um sistema preventivo. A interligação do sistema é para dar garantia. É bom que seja interligado, mas o sistema de proteção ao outro lado, ao consumidor, não está funcionando.

    CRISE NA EUROPA Espanha protesta. Catalunha antecipa eleição e região pede resgate


    Valéria Maniero - 
    25.9.2012
     | 
    16h22m

    O dia foi intenso hoje na Espanha. Em torno do Congresso, tensão e protestos: policiais enfrentaram manifestantes contrários às medidas de austeridade. Algumas pessoas foram detidas e gente ficou ferida. A imprensa espanhola diz que 6 mil protestavam na região do Congresso, para onde foram enviados 1.300 agentes de segurança.
    O mesmo país vê mais uma região autônoma - a quarta - a pedir resgate. Agora, é a Andaluzia, que solicitará 4,9 bilhões de euros ao fundo criado pelo governo para ajudar as regiões endividadas.  
    Antes dela, Valência, Múrcia e Catalunha fizeram o mesmo, pedindo mais 9 bilhões de euros. Com isso, quase 14 bi dos 18 bi de euros do fundo já estão comprometidos. Mas há outras regiões na fila: Castilla e León e Canárias devem ser as próximas. A crise também afetou as administrações regionais, como podemos ver.
    Outra notícia repercute hoje na Espanha: a antecipação das eleições parlamentares na Catalunha, a mais rica e também a mais endividada região autônoma espanhola.
    Artur Mas, presidente do governo catalão, anunciou a intenção de convocar eleições para o dia 25 de novembro, dois anos antes do prazo, segundo o "El Mundo". "Em momentos excepcionais, é preciso tomar decisões excepcionais", disse ele. 
    No último dia 11, uma multidão saiu pelas ruas de Barcelona pedindo a independência da Catalunha.
    - Apesar de Mas não pronunciar a palavra "independência", seu discurso de hoje indica eleições centradas no debate dos diferentes modelos de Estado propostos pelos partidos, e não nos cortes sociais que o governo levou adiante desde o início do seu mandato - diz a matéria do "El Mundo".
    A Espanha, que tem a maior taxa de desemprego da região, pode ter de pedir resgate aos seus sócios europeus em breve.

    Não dá para apagar o passado (ou Sobre os poderes de Deus)



    Carlos Chagas
    Voltaire indignou-se com o estudo da História, no seu tempo, para ele nada mais do que um relato de crimes e de infortúnios. E acusou: “transformamos o passado para que fique de acordo com os nossos desígnios para o futuro”.
    Tanto tempo depois a lição continua válida. Querem apagar o passado para garantir o futuro, prática, aliás, usual na alegoria do “Grande Irmão” de George Orwell e no reinado de Joseph Stalin e mesmo depois dele, na União Soviética, quando os adversários dos governantes eram simplesmente suprimidos dos livros e da imprensa. Não deixa de ser cômico o desaparecimento de Leon Trotski nas fotografias ao lado de Lênin, bem como o súbito aumento do verbete sobre o Estreito de Bering, na Enciclopédia Russa, por conta da supressão do texto anterior e longo, sobre Beria, caído em desgraça.
    Lula sabia?
    Fala-se da mentira sobre o mensalão não ter existido e da acusação de que tudo não passa de uma conspiração dos setores conservadores empenhados em apagar a obra do presidente Lula.
    Primeiro porque os oito anos de governo do primeiro-companheiro são inapagáveis. O que ele realizou e conquistou, elevando o poder aquisitivo e a honra das massas será sempre lembrado. Como também não dá para esquecer que, à sua volta, executaram uma das maiores lambanças de toda a história da República, com a distribuição de dinheiro sujo em troca de votos nos partidos e na Câmara dos Deputados.
    A História segue seu curso, agora por obra e graça do Supremo Tribunal Federal, tornando-se ridículo o manifesto encabeçado pelo PT e acolitado pelos demais partidos da base oficial, no sentido de que as elites querem destruir a obra do Lula.
    Se o ex-presidente sabia ou não do escândalo, se o tinha estimulado ou não, é tema para depoimentos e livros de memória, mas apagar o passado em pleno início de Século XXI soa como piada de mau gosto.
    Vale terminar o comentário como começamos, ou seja, com Voltaire. Na sua irreverência monumental, certo dia ele questionou um bispo: “ou Deus pode evitar o mal, mas não quer, ou quer evitá-lo, mas não pode”.
    Já que Marta Suplicy comparou o Lula a Deus, vale completar: ele não quis evitar o mensalão, podendo, ou se quis, não conseguiu…
    ###
    DIA DE DEFINIÇÕES
    A Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve sabatinar hoje o novo indicado pela presidente Dilma para ministro do Supremo Tribunal Federal, o jurista Teori Zavascki. Parece impossível que um dos senadores deixe de indagar se uma vez empossado ele pretende participar do julgamento do mensalão e se, em caso positivo, pedirá vistas do extenso processo para inteirar-se dele. Nessa hipótese, o julgamento estaria protelado por meses. Só a simples leitura dos autos tomaria tempo para ninguém botar defeito.
    Parece ofensa à presidente da República e ao novo ministro supor que a indicação visava exatamente adiar os trabalhos para não se sabe quando. Pelo regimento do Supremo, no entanto, é possível. A atenção dos advogados dos réus transfere-se do plenário da mais alta corte nacional de justiça para a acanhada sala da CCJ do Senado. A reunião será à tarde.
    ###
    A VERDADEIRA PESQUISA
    Sucedem-se as pesquisas de opinião a respeito das eleições para a prefeitura de São Paulo, transformadas num confronto nacional. Será sempre bom lembrar que pesquisa não ganha eleição, mas costuma ajudar. Como o mundo e o Brasil andam para a frente, desta vez os institutos de consulta popular não ofereceram seus números como num balcão de secos e molhados, beneficiando os que ofereceram mais. Os percentuais parecem de acordo com as tendências populares, talvez pelo inusitado de uma candidatura inexpressiva no plano partidário, quem sabe pela óbvia rejeição do eleitor aos tradicionais partidos políticos. O saldo, porém, é extremamente positivo, no que diz respeito às previsões. Claro que sempre tendo presente que pesquisa não ganha eleição.

    Charge do Alpino



    Assim como no Brasil, nações indígenas da Austrália também exigem independência



    Carlos Newton
    A Austrália foi um dos países que se recusaram a assinar a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pelas Nações Unidas em setembro de 2007. Mesmo assim, diversas etnias de aborígenes daquele país criaram uma associação para conduzir um movimento destinado a lhes proporcionar soberania política, econômica, territorial e cultural, nos termos daquele tratado internacional da ONU, exatamente como está ocorrendo em relação às chamadas nações indígenas no Brasil.
     
    A diferença é que, no caso do Brasil, o governo assinou a Declaração da ONU, no primeiro mandato de Lula, quando o ministro do Exterior era Celso Amorim. Logo a seguir, devido à forte reação das Forças Armadas, o governo Lula recuou e jamais enviou esse tratado da ONU para ratificação pelo Congresso, condição indispensável para que possa efetivamente entrar em vigor.
    Para desestimular as lideranças indígenas e as ONGs a elas ligadas, o governo Dilma Rousseff não somente mantém engavetada a Declaração da ONU, sem enviá-la ao Congresso, como também baixou recentemente uma portaria, através da Advocacia-Geral da União (AGU), destinada a deixar bem claro que será mantida a soberania da União sobre todas as reservas indígenas brasileiras.
    Essa portaria, de nº 303, estrategicamente foi baixada a pretexto de estender a todas as terras indígenas do país as 19 condicionantes definidas pelo Supremo Tribunal Federal no caso da reserva Raposa Terra do Sol, em Roraima. Na verdade, os termos do documento vão muito além e derrubam qualquer possibilidade de serem aceitas as normas liberalizantes da ONU, que visam a conceder às chamadas nações indígenas autonomia total em termos territoriais, políticos, econômicos e culturais. Segundo o tratado internacional, nem mesmo as Forças Armadas brasileiras poderiam ingressar nos territórios indígenas, que passariam a ter fronteiras fechadas.
    ###
    NOVO ADIAMENTO
    Na terça-feira passada, a AGU publicou uma nova portaria, de nº 415, estipulando que a 303 só entrará em vigor após a publicação do acórdão do Supremo sobre a decisão de estender as condicionantes impostas pelo tribunal em 2009, para que a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol fosse mantida em terras contínuas.
    A decisão, porém, não agradou os movimentos sociais ligados aos índios. Na avaliação do secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cléber Buzzato, a decisão da AGU não resolve o problema, apenas adia uma solução sobre a demarcação de terras. “É um subterfúgio por parte do governo. Não resolve, mas joga o problema para a frente”, disse Buzzato, em entrevista ao repórter Luciano Nascimento, da Agência Brasil.
    Para Buzzato, o adiamento é um duro golpe nos direitos dos povos indígenas. “Seria um retrocesso histórico no conjunto dos direitos conquistados pelos povos indígenas nas últimas décadas, em especial na Constituição de 1988, tanto no que diz respeito ao reconhecimento das terras indígenas por parte da União, como no usufruto das terras já demarcadas”, explicou.
    ###
    REAÇÃO NA PRÓPRIA AGU
    Na quarta-feira, a Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), divulgou nota defendendo a imediata revogação da portaria. A nota considera o documento inconstitucional, por “tolher a efetivação de direitos fundamentais”. De acordo com a Anauni, a portaria “acaba inovando a ordem jurídica, ao restringir, indevidamente, os direitos originários dos povos indígenas sobre as terras que ocupam, reconhecidos pelo Artigo 231 da Constituição Federal”.
    Detalhe importantíssimo: notem que o Cimi e demais ONGs ligadas aos indígenas em nenhum momento se referem à Declaração da ONU, que é o cerne da questão. A estratégia deles é tentar convencer o governo a enviar o tratado internacional ao Congresso, para ratificação, e depois obrigar o país a cumpri-lo, através de pressão da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da própria ONU. E o Brasil passaria a abrigar 236 nações independentes em seu território – algumas, minúsculas; outras, maiores do que países como Portugal ou Equador.

    Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



    * Democracia começa na hora de votar. E acaba na hora de contar.
    *  No fundo, no fundo, quando estou mesmo muito triste, sinto uma certa alegria.
    *  Quando examino mais de perto o jetset brasileiro tenho vontade de me sentar e escrever O medíocre Gatsby.
    * Honestidade só com muito dinheiro no bolso.
    * Senso comum, que coisa rara!
    * Os espertos nunca morrerão de fome por falta de idiotas.

    POLÍTICA Adeus, Lula, por Marco Antonio Villa



    Marco Antonio Villa, O Globo
    A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente.
    Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.
    Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor.
    No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.
    As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência.
    E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.
    Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa.
    A cada dia o seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo.
    Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.
    O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir:
    1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério; 
    2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 
    3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?
    O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico.
    Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real. Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.
    Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente.
    E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?
    Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez.
    Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo.
    Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início.
    E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.

    Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade de São Carlos, em São Paulo

    COCA-COLA – ATÉ ONDE VAI A RIVALIDADE?


    · 

    Uma carteira perdida no Estádio da Luz dias antes do jogo Benfica-Sporting, o maior clássico do futebol português, com um bilhete para o jogo e um cartão de sócio do Sporting. Os dois times são rivais em Portugal como se fosse Corinthians -Palmeiras. A Coca-Cola promoveu essa ação para pôr à prova a honestidade dos torcedores mesmo sendo rivais.
     
    A boa notícia de tudo é que 95% das pessoas devolveram a carteira, que foi registrado em várias câmeras ocultas. Para recompensar a honestidade daqueles que não se deixaram tentar, a Coca-Cola ofereceu de presente um ingresso para o jogo.
    No dia do jogo, antes do apito inicial, o vídeo foi exibido nos telões gigantes do Estádio da Luz, o que levou mais de 60 mil pessoas a se emocionarem e aplaudirem.  Numa altura em que os portugueses se preparam para enfrentar inúmeras medidas de austeridade, a Coca-Cola quis divulgar uma mensagem diferente:
    “Há razões para acreditar num mundo melhor.”
     
     
    Fonte: Uol Mais, Youtube

    UMA VINGANÇA MESQUINHA (da Presidente Dilma)



    Charge de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
    A função precípua da Comissão de Ética Pública da Presidência, é analisar mensalmente a conduta de funcionários públicos de alto escalão. A funcionários públicos na ativa, ela pode aplicar advertências e sugerir ao presidente da República a demissão do investigado.
    Até essa segunda feira passada a presidência da Comissão estava sendo ocupado pelo jurista Sepúlveda Pertence, que  pediu demissão do cargo nesta segunda-feira.
    O conselheiro teria mandato até o fim do ano que vem, mas se mostrou insatisfeito com a decisão da presidente Dilma Rousseff em trocar os conselheiros Fábio Coutinho e Marília Muricy. Ambos poderiam ter seus mandatos renovados, mas a insatisfação da presidente com relatorias dos dois fez com que ela os substituísse.
    Marília Muricy atuou na análise de denuncias contra o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mas Fabio Coutinho, além de relator do procedimento de investigação contra o ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci,  vinha trabalhando na relatoria do caso de  consultorias prestadas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel, que é o queridinho da dona Dilma.
    A saída de Pertence foi uma resposta à vingança mesquinha de Dilma Rousseff, ele não disse isso frontalmente, mais deixou entendido  ao afirmar: “Lamento, devo ser sincero, a não-recondução dos dois membros que eu havia indicado para a comissão e que a honraram e a dignificaram, parece-me um fato inédito na história da comissão”.
    A guerrilheira, (ex ?) mostra seu espírito stalinista: Quem trabalha sob ela, pode “casar com quem quiser, contanto que seja com a filha da dona Maria”.

    OBRA-PRIMA DO DIA - ARQUITETURA A Sereníssima Republica de Veneza e seu Palácio (Parte II)


    O sistema de eleição dos doges era tão singular quanto esta cidade singularíssima. Durou mil anos. A Sereníssima era o que seu nome diz, uma República, e se defendia bravamente de qualquer tentativa de hereditariedade. O poder das famílias que a criaram não podia ser contestado, mas ninguém herdava o poder. Os funcionários públicos, eleitos e em grande número, formavam comitês e conselhos presididos pela única figura que eleita, gozava de vitaliciedade.
    O doge participava de muitos comitês e tinha um papel preponderante nas decisões governamentais. Mas os venezianos sabiam que isso podia levar à tentação da corrupção então criaram um sistema muito complexo de controle dos doges. Exemplos: toda sua correspondência era lida primeiro por um censor. Todos os dignitários estrangeiros eram recebidos por um comitê e nunca pelo doge sozinho.

    Numa das passagens entre uma sala e outra, quando já estamos no primeiro andar, vemos esta caixa de correspondência muito útil... As palavras inscritas na pedra são: Denúncias secretas contra qualquer pessoa que dissimule favores ou serviços e que procure esconder seus verdadeiros rendimentos 
    Que tal como ideia? 
    Qualquer transgressão era levada a sério. O salão mais impressionante do palácio é o Salão do Grande Conselho. Lá vemos uma frisa com retratos dos primeiros 76 doges, menos um, o doge Mario Faliero, que tramava um golpe. Foi condenado, decapitado, mutilado e condenado à Damnatio Memoriae: todos os traços de uma pessoa eram apagados da história ou dos registros. O lugar de Faliero na frisa está vazio e coberto por um pano preto...
    Se há um monumento que pede uma visita guiada é o Palácio Ducal. Não é uma visita fácil, o itinerário é labiríntico e para não perder nada, o turista precisa de ajuda. Aliás, ajuda hoje em dia obrigatória... Atualmente o ingresso é pela Porta del Frumento (assim chamada por ficar ao lado do Depósito de Grãos), na ala que dá para a laguna e que dá acesso ao grande atrium, ou pátio aberto. A Porta della Carta, da qual falamos ontem, é hoje a porta de saída.




    O pátio é fechado dos quatro lados pelas três alas do palácio (a da laguna ao sul, a da piazzetta a oeste, a dos apartamentos dos doges a leste) e por uma parte dos muros da Basílica (ao norte). No térreo ficam os escritórios de vários serviços públicos relacionados aos museus de Veneza e uma curiosidade: a cafeteria está onde ficava a cozinha dos doges...


    Desse magnífico pátio sai a Escadaria dos Gigantes, construída entre 1483 e 1491. Seu nome se deve às estátuas de Marte e Netuno, obras em mármore do grande arquiteto e escultor veneziano, Sansovino, que foram colocadas ali para lembrar que Veneza dominava a terra firme e o mar.
    Sua continuação natural é a Escada de Ouro (Scala d'Oro). Mas não pensem que é sair de uma e entrar na outra. Não, nada disso. São muitas as idas e vindas...
    Amanhã subiremos essas escadas...

    HUMOR Lula culpa forças conservadoras por barriga de Ronaldo


    The i-piauí Herald
    SÃO DIRCEU - Em comício realizado na churrascaria Fogo de Chão, Lula desmascarou uma conspiração da elite gastronômico-burguesa para inflar o ex-jogador Ronaldo Fenômeno.
    "As forças conservadoras nunca aceitaram que um menino pobre pudesse representar nosso país numa Copa do Mundo", disse o ex-presidente em exercício. "Ronaldo passou dificuldades na infância, em Bento Ribeiro, numa época marcada pela ausência do Bolsa Família", explicou.
    "Nunca antes neste país um líder fenomenal foi tão injustiçado, talvez só eu mesmo. Só falta o Pig inventar agora que o Ronaldo é dentuço, fuma, gosta de balada e enche a lata de cerveja", disse Lula.
    "Ronaldo teve que engolir a ira da imprensa golpista", discursou Lula.


    Ele ainda culpou as forças conservadoras pela falta de carisma de Fernando Haddad, pelo sucesso de Michel Teló e pelo declínio da novela Avenida Brasil. "Forças ocultas estão por trás da barriga do Ronaldo e da barriga incômoda da novela", finalizou.

    Sem desculpa, por Ateneia Feijó


    POLÍTICA


    Veio do céu, desceu igual a um pião e com sua ponta foi puxando tudo. Arrancou casas do chão e levantou uma vaca a uns 20 metros de altura... Um tornado! Na Costa do Golfo, nos Estados Unidos? Não, no Brasil. Na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, em janeiro do ano passado.
    Na mesma época em que enxurradas na Região Serrana deflagraram a maior catástrofe que já se teve notícia no país em número total de vítimas.
    O balanço da tragédia computou mais de 900 pessoas mortas e milhares de desabrigadas pelas avalanches de lama nas encostas de vários municípios. Um evento até então imaginável em outras paragens, não aqui.


    Neste fim de semana, os moradores da Região dos Lagos também não imaginavam que seriam surpreendidos por ventos de até 100 km/h, que atingiram as cidades de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Iguaba Grande e Araruama (foto acima). Sua fúria assustou. Desalojou muitas famílias, derrubou dezenas de árvores e provocou incêndios nas redes de alta tensão.
    A descrição do tornado no início deste artigo já é outra história; contada pelo secretário de Defesa Civil de Nova Iguaçu, coronel Acácio Perez, à repórter Ludmilla de Lima (O Globo 23/9). Em seus 43 anos de Corpo de Bombeiros, o coronel nunca tinha visto nada parecido antes.
    Há quem se recuse a enxergar racionalmente as inevitáveis forças da natureza, complicando ainda mais o problema de convivência com elas. E, por isso, há uma novidade para se festejar: o Mapa de Ameaças Naturais do Estado do Rio de Janeiro, de autoria do tenente-coronel Paulo Renato, diretor da Escola de Defesa Civil do RJ (Esdec).
    Entre vários dados, aparecem os riscos mais comuns na capital e nas cidades fluminenses: deslizamentos (18%), enchentes (15,4%), alagamentos (14,6%), enxurradas (13%), incêndios florestais (10,2%), tempestades (8%), estiagens (6,5%), rolamentos de rochas (4,8%), movimentação de terra (1,1%) e outros (7,5%). Todos mapeados nas regiões onde ocorrem.
    A partir dessa pesquisa, prefeituras podem se adaptar às ameaças, sabendo que desastres de consequências visivelmente piores sucedem onde a densidade populacional é maior. E se prevenir: com obras adequadas, equipamentos científicos, sistemas de alarme, treinamentos, abrigos etc.
    Mas sem educação ambiental dificilmente um cidadão comum vai entender o que é local de risco, prevenção... Ou perceber a safadeza de um político oportunista. Aquele que se aproveita de desastres evitáveis, eleitores ingênuos e dos que acreditam no fatalismo.

    Ateneia Feijó é jornalista

    O CONGRESSO NACIONAL E A DESNACIONALIZAÇÃO FUNDIÁRIA

    Mauro Santanaya
    Há cem anos, sobre um vasto território entre o Paraná e Santa Catarina, uma empresa norte-americana, a Southern Brazil Lumber & Colonization, reinava absoluta. Com a maioria de empregados norte-americanos, contratados por Percival Farquhar, que pretendia transformar o Brasil em vasta empresa de sua propriedade, a Lumber abatia todas as árvores de valor comercial, da imbuia à araucária.
    Todas as manhãs, ao som de um gramofone, os empregados – incluídos os brasileiros – reunidos na sede da empresa, em Três Barras, entoavam o hino norte-americano, The Star-Spangled Banner, enquanto a bandeira de listras e estrelas era hasteada. Ao anoitecer, repetia-se a cerimônia, ao recolher-se o pavilhão. Ali mandavam e desmandavam os ianques. O imenso espaço em que se moviam os homens de Farquhar estava fora da jurisdição brasileira.
    Embora não houvesse sido a única razão do conflito, a Lumber esteve no centro da Guerra do Contestado, um dos mais épicos movimentos de afirmação nacionalista do povo brasileiro. Nele, houve de tudo, dos interesses econômicos de Farquhar e seus assalariados pertencentes às oligarquias políticas, ao fanatismo religioso, em que não faltou uma Joana d’Arc – a menina Maria Rosa morta aos 15 anos na beira do Rio Caçador, lutando como homem.
    Enquanto houver nações, a terra, o sangue e a honra continuarão unidos para dar corpo ao que chamávamos pátria, e de que nos esquecemos hoje. Quem conhece história sabe que os movimentos internacionalistas, quase sempre a serviço dos impérios, acabam sendo vencidos pelos sentimentos mais poderosos dos povos identificados pela cultura, pelas crenças – e pela língua. Nós podemos conhecer muitas línguas, mas só saberemos expressar os sentimentos mais fortes naquela que aprendemos dos lábios maternos. Podemos conhecer todas as paisagens do mundo, mas só nos identificamos com aquelas que os nossos olhos descobriram sob o sol da infância.
    Mas há duas formas de pisar o chão pátrio: a dos ricos e a dos pobres. Isso explica por que os grandes agronegocistas brasileiros estão pressionando o governo e o Congresso, a fim de que sejam abolidas as restrições (já de si débeis) à aquisição de terras nacionais pelos estrangeiros. Eles querem ganhar, ao se associarem aos capitais de fora ou participando da especulação de terras. Calcula-se que mais de um por cento das terras brasileiras já pertençam, e de forma legalizada, aos alienígenas. A essa enorme área há que se acrescentar glebas imensas, adquiridas de forma subreptícia, e sem conhecimento público, porque os cartórios de imóveis estão dispensados de registrar a nacionalidade dos compradores.
    O Congresso está para aprovar a flexibilização das leis que regulam o assunto, ao estender à agropecuária a Doutrina Fernando Henrique Cardoso, que considera empresa nacional qualquer uma que se estabelecer no Brasil, com o dinheiro vindo de onde vier e controlada por quem for, e que tenha sua sede em Nova Iorque ou nas Ilhas Virgens.
    Nós tivemos, no século 19, uma equivocada política colonizadora, que concentrou, nos estados meridionais, a presença de imigrantes
    europeus. Isso implicou a criação de enclaves culturais que se revelariam antinacionais, durante os anos 30 e 40 do século passado.
    Foi difícil ao Brasil conter a quinta-coluna nazista e fascista que se aliava ao projeto de Hitler de estabelecer, no Cone Sul, a sua Germânia Austral. O governo de Vargas foi compelido a atos de firmeza – alguns com violência – a fim de manter a nossa soberania na região.
    Só no Piauí, a venda de glebas aos estrangeiros aumentou em 138% entre 2007 e 2010. São terras especiais, como as do sudoeste da Bahia, que estão sendo ocupadas até mesmo por neozelandeses.
    Estamos em momento histórico delicado, em que os recursos naturais passam a ser disputados com desespero por todos. As terras férteis e molhadas, de que somos os maiores senhores do mundo, são a garantia da sobrevivência no futuro que está chegando, célere. Nosso território não nos foi doado. Nós o conquistamos, e sobre ele mantivemos a soberania, com muito sangue e sacrifícios imensos. Não podemos cedê-los aos estrangeiros, a menos que estejamos dispostos a viver contidos em nossa própria pátria, desviando-nos das colônias estrangeiras, cada uma delas marcada por bandeira diferente.
    Ao contrário da liberalização que pretendem alguns parlamentares do agronegócio, que esperam um investimento de 60 bilhões na produção de soja e milho transgênicos no país – o que devemos fazer, e com urgência, é restringir, mais ainda, a venda de terras aos estrangeiros, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Do contrário, e em tempo relativamente curto, teremos que expulsá-los, seja de que forma for, e enfrentar, provavelmente, a retaliação bélica de seus países de origem.
    É melhor evitar tudo isso, antes que seja tarde.