sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cartão vermelho


Enviado por Rádio do Moreno - 
29.6.2012
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9h29m
NELSON MOTTA


Certos jogos de futebol são tão ruins que parecem intermináveis, quando os comentaristas dizem que os dois times poderiam continuar jogando a noite inteira que não sairiam do 0 a 0. A metáfora de sabor "alulado" é perfeita para expressar a destituição de Fernando Lugo da presidência do Paraguai, mas não pela legalidade ou velocidade com que foi goleado por 76 a 1 no Congresso e depois no Tribunal Eleitoral e na Suprema Corte: na Constituição deles a regra é clara.

Mas caso os paraguaios resolvessem instaurar uma comissão de impeachment, cumprindo todos os ritos e formalidades do barroco latino-americano, como exigem os democratas Chávez, Cristina e Correa, até os paralelepípedos das ruas de Ypacaraí sabem que eles poderiam ficar num diálogo de surdos meses a fio, como num jogo ruim de futebol, que o resultado final não seria diferente.

Então por que perder tempo e dinheiro e parar o país? Para ouvir estrangeiros dando pitaco nos problemas dos paraguaios, alguns até dispostos a dar dinheiro e armas para os "movimentos sociais" defenderem Lugo numa guerra civil ? Em time que está perdendo não se mexe?

Até seus parcos partidários sabem que Lugo se embananou, tanto que entubou resignado a sua destituição ao vivo, diante de todo o país. Alem da gestão desastrosa, Lugo decepcionou seu eleitorado popular desenvolvendo uma paixão por hotéis cinco estrelas e restaurantes de luxo em suas frequentes viagens ao exterior, no mínimo uma por mês, sempre com festivas comitivas, para agendas duvidosas. Descontente com o desconforto da primeira classe nos voos comerciais, tentou que a Itaipu Binacional lhe comprasse um Aerolugo da Embraer, mas a diretoria cortou suas asas. Negociava um Challenger usado de um cartola do futebol quando foi defenestrado.

O que a nossa diplomacia companheira vai fazer agora, além de estender o tapetão para a entrada da Venezuela no Mercosul? Vão obrigar o Paraguai a desrespeitar ou a mudar a sua Constituição? Vão dar ao novo governo direito de defesa na Unasul? Ou vão dar um chapelão a Lugo e abrigá-lo na embaixada do Brasil em Assunção?
Publicado no Globo de hoje.

Água e óleo - por Miriam Leitão


Enviado por Míriam Leitão - 
29.6.2012
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15h00m
COLUNA NO GLOBO


Agora é oficial, o crescimento do PIB este ano está por volta de 2,5%, o que é menos do que no ano passado e encerra biênio de PIB muito fraco. Para sair do marasmo, o governo precisaria fazer o que não tem feito. Os sucessivos pacotes repetem a mesma fórmula de distribuir vantagens a alguns, mas não melhoram a eficiência de todos. A lógica do governo está expressa na decisão de tirar imposto da gasolina e aumentar o imposto da água mineral.
A água mineral está, como dissemos aqui ontem, entre os produtos que terão mais impostos nos próximos anos. A indústria de bebidas - água, refrigerantes e cervejas - é que pagará parte da conta dos benefícios concedidos a outros setores, como automóveis, em pacotes recentes.
Desde segunda-feira, gasolina e diesel deixaram de recolher a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que até a semana passada recolhia R$ 420 milhões por mês, e que em 2002 chegou a arrecadar R$ 1 bilhão por mês.
Esta é uma das curiosidades da política econômica atual: não se sabe nada sobre qual a sua direção. A presidente Dilma Rousseff disse que não daria novas vantagens tributárias porque não é hora de "brincar à beira do abismo". Isso dias depois de abrir mão de quase R$ 6 bilhões por ano, só para não aborrecer os donos de carros na hora de abastecer seus tanques. E fez esse incentivo ao uso do combustível fóssil apesar do custo que isso tem para a indústria do etanol.
Na quarta-feira ficou decidido também aumentar o subsídio aos empréstimos do BNDES. Eles agora pagarão TJLP de 5,5%, retroativo a quem já contratou empréstimo. Quase todas as grandes empresas brasileiras têm empréstimos no BNDES e receberam esse bônus.
Ao mesmo tempo, o governo coleciona frustração de receita. Tem recolhido menos impostos do que tinha previsto. A entrada menor de recursos é uma prova de que a atividade econômica está ficando cada vez mais fraca. Somando tudo: o governo abre mão de receita de uma forma equivocada num momento de frustração de receita.
No Relatório de Inflação, divulgado ontem, o Banco Central fez uma lista das mazelas externas que nos atingem: na Europa a crise está maior, mais longa e mais funda do que o previsto; a retomada do crescimento americano está mais incerta do que o imaginado; a China está reduzindo o ritmo de crescimento em percentual surpreendente.
Tudo isso é verdade. O problema não é apenas o mundo. É a qualidade da nossa resposta. Ela tem sido fraca e sem nexo. O governo tem reagido aos pedidos dos lobbies por redução de tributos ou custos de financiamento do BNDES, mas não fez ainda uma lista de ações para avançar de fato na modernização do país, que sustentem o crescimento.
As vantagens concedidas não têm contrapartida. Nenhuma empresa ou setor que recebe o mimo de um imposto mais baixo e um empréstimo mais barato se compromete com qualquer coisa, seja aumento da eficiência energética, vigilância sobre práticas das suas cadeias produtivas, redução do impacto ambiental, investimento em inovação. O governo, no pacote desta semana, avisou que vai comprar antecipadamente e pagar até 25% mais caro de empresa que produzir no Brasil. É um incentivo à acomodação e à elevação de preços através das compras governamentais.
Na apresentação feita ontem do Relatório de Inflação, o Banco Central disse que a inflação está convergindo para a meta de 4,5% este ano e terá pequena alta no ano que vem. Nada que assuste. Isso porque está importando "desinflação" do mundo. O crescimento menor dos países está provocando uma redução do preço de matérias-primas, o que diminui o ritmo inflacionário no Brasil. Mas é claro também que os preços estão em queda pela elevação dos juros no começo de 2011, que ajudou a reverter um quadro de forte aquecimento da atividade.
Segundo a avaliação do Banco Central está havendo um "crescimento moderado do crédito, em torno de 15%". Primeiro, esse ritmo não é moderado para um crescimento anual; segundo, o crédito vem crescendo a taxas acima dessa há vários anos, como mostramos em gráfico esta semana; terceiro, a inadimplência está aumentando muito. Incentivar o endividamento desordenado das famílias é sim brincar à beira do abismo. São muitos os países que tiveram problemas recentes por excesso de dívida privada.
O Banco Central também avalia que "a atividade econômica está em aceleração". Isso não está amparado nos fatos. O ritmo de atividade pode aumentar ao longo dos próximos meses, mas ainda não há sinais de que isso já esteja acontecendo.
O BC foi surpreendido pela queda maior do nível de atividade. A redução do ritmo foi mais forte do que o imaginado. Para reverter o quadro, aceitou até fazer uma apressada liberação de compulsório apenas para os bancos aumentarem a oferta de empréstimos para a compra de carro.
O Relatório de Inflação sempre traz um amplo diagnóstico da economia brasileira. Os pacotes sucessivos revelam a forma como o governo está pensando em reverter os problemas na conjuntura econômica. Os pacotes e o relatório juntos contam o quanto o governo tem errado na avaliação desta crise.

Dirigente do PCdoB escreve artigo antissemita, recheado de mentiras, e direção do partido, que está no governo Dilma e tem a vice na chapa de Haddad, se cala


29/06/2012
 às 6:53

Se volto um pouco no tempo, uns 20 anos, é certo que não me imaginava chegar a esta altura da vida obrigado — obrigação moral e ética! — a escrever certas coisas. “Ter de defender valores essenciais da democracia daqui a 20 anos? Isso não será necessário! Quem será doido o bastante para contestá-los?” E, no entanto, há doidos o bastante para isso. E eles estão no poder! “Ter de defender o direito de Israel de existir? Isso não será necessário! Quem será doido o bastante para contestá-lo?” E, no entanto, há doidos o bastante para isso. E eles estão no poder.

Só ontem à noite me chegou às mãos, com certo atraso, um texto asqueroso, escrito por um tal José Reinaldo Carvalho, secretário nacional de Comunicação do PCdoB. Não fosse ele um dos dirigentes nacionais de uma sigla com assento no Congresso, que está no governo federal e na administração da cidade de São Paulo, com possibilidades efetivas até de eleger a prefeita de Porto Alegre, que indicou a candidata a vice na chapa do petista Fernando Haddad, em São Paulo, deixaria passar. Não vou. Carvalho produziu um texto delirantemente antissemita, que ele pretende apenas “antissionista”. O antissionismo é a mais recente fachada do antissemitismo. Usa-se o combate ao caráter supostamente racista do nacionalismo judeu, o que é uma falsificação miserável da história, para expressar o ódio aos judeus. Vamos ver.
Quando o terrorista Mahmoud Ahmadinejad, que preside o Irã, veio ao Brasil para a Rio + 20, a Confederação Israelita do Brasil publicou este anúncio em alguns meios de comunicação:
anuncio-conib-contra-ahmadinejad
Como vocês veem, qualquer dos grupos mencionados no anúncio pode marcar um “x” na referência que lhe diz respeito. As alternativas não se excluem. Elas se somam. As tiranias não se fazem com um ou dois ódios, mas com muitos.  Pois bem. Carvalho, DIRIGENTE DO PCdoB — e desconheço que o partido tenha desautorizado o seu texto —, escreveu a boçalidade que segue em vermelho. Comento em azul.
Sionistas incitam o ódio ao Irã no Brasil
Os sionistas, que em tudo se assemelham aos nazistas, utilizaram-se nesta quarta-feira (20) do seu enorme poder econômico para destilar seu ódio e sua intolerância racistas contra o Irã, por meio de um anúncio publicitário veiculado nos principais jornais do país, os panfletos impressos do PIG.
O ódio das esquerdas aos judeus não é uma novidade, embora Karl Marx, o pai de todos, fosse judeu, a exemplo de Trotsky, Kamenev (cujo sobrenome era Rosenfeld), Zinoviev e Sverdlov, para citar alguns. O antissemitismo de extrema direita costumava dizer que o comunismo era mais uma invenção judaica para dominar o mundo. Os nazistas, Goebbels em especial, gostava de se referir aos inimigos que tinham de ser destruídos como os “bolcheviques judeus”. A União Soviética não pôs fim ao antissemitismo muito presente na Rússia czarista — os “Protocolos dos Sábios de Sião”, que traziam um suposto complô judaico e maçom para dominar o mundo, foi uma invenção da Okhrana, a polícia secreta do czar Nicolau 2º. Ao contrário: sob Stálin, os “pogroms” contra os judeus continuaram. Assim, se a ignorância do tal Carvalho do PCdoB não disputasse espaço com seu antissemitismo bucéfalo, ousaria dizer que ele é herdeiro de uma tradição. Mas ele é nada mais do que estúpido. Afirmar que os “sionistas se assemelham aos nazistas” — que eliminaram 6 milhões de judeus — só não é provocação barata porque moralmente criminosa. Mas estou certo de que Carvalho, além de achar que é justo, também se quer um homem sagaz.
O anúncio é assinado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), um dos famigerados lobbies do movimento sionista internacional. Agride o chefe de Estado da República Islâmica do Irã que visita a partir de hoje o Brasil para participar da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a Rio+20.
Carvalho está entre aqueles que acreditam que judeus podem ser injuriados e difamados por motivos que ele, Carvalho, pode nem saber quais são, mas que suas vítimas conhecem muito bem. Essa é uma das essências do preconceito. O agressor quase nunca sabe por que agride, mas está certo de que o outro sabe por que está sendo agredido. O que há, afinal de contas, de “famigerado” na Conib? Se chamado a se explicar, ele não conseguiria. No máximo, seria obrigado a tartamudear: “Bem, eles juntam um monte de…, de…, bem…, de judeus!!!
Em sua peça mal ajambrada, os sionistas homiziados na Conib propagam seus valores racistas e anti-islâmicos, utilizando os recursos que aprenderam com seus êmulos goebelianos - a mentira mais deslavada.
Este delinquente intelectual não sabe como se entrega. Ao escolher o verbo“homiziar-se”, diz o que pensa dos judeus — ou revela, quem sabe?, um desejo. O significado de “homiziar-se”, na acepção empregada por ele, é “furtar-se à vigilância ou à ação da Justiça”. Ou ainda: “furtar(-se) à vista; esconder(-se), encobrir(-se)”. O dirigente nacional do PCdoB, partido que está no governo Dilma, partido que está na gestão Kassab, partido que indicou a candidata a vice de Fernando Haddad, partido que tem chances de eleger a prefeita de Porto Alegre, acha que judeus são bandidos que fogem à vigilância — ou, ao menos, deveriam ser tratados como tal; acha que tentam “esconder-se” ou “encobrir-se”, como ratos ou conspiradores — ou que, ao menos, deveriam ser tratados como tal. O nome disso é ódio. O nome disso é preconceito. O nome desse ódio e desse preconceito é “antissemitismo”.
Carvalho achou que não tinha sido abjeto o bastante. Ele foi além. Chamou os nazistas de “êmulos” dos judeus. “Êmulo” quer dizer “concorrente”, “competidor”. Para o dirigente nacional do PCdoB, judeus e nazistas eram meros competidores, concorrentes, categorias que disputavam uma mesma coisa… Como os nazistas ganharam, mataram seis milhões nos campos de concentração e nos guetos. SE O PCdoB MANTÉM ESTE SENHOR NA DIREÇÃO DO PARTIDO, ENDOSSA SUAS PALAVRAS.
E, claro, cabe perguntar: o que há no anúncio da Conib que seja “racista” ou “anti-islâmico”? A menos que Carvalho entenda que apedrejar mulheres, enforcar homossexuais em praça pública, prender opositores, perseguir minorias religiosas, entre outras barbaridades citadas no anúncio, sejam práticas que definem o islamismo. E isso a Conib não disse. Prestem atenção ao que vem agora.
Ignorando que estão instalados em um país democrático e tolerante, como o Brasil, que mantém relações amistosas com o Irã, e onde todas as confissões religiosas professam suas crenças livremente - graças, aliás, ao Partido Comunista do Brasil, que fez inscrever o princípio da igualdade religiosa na Constituição de 1946, contra a intolerância da Igreja Católica Apostólica Romana de então - os sionistas da Conib tentam incitar o ódio de outras religiões contra a fé islâmica.
Começo pelo fim. Não há uma só crítica à fé islâmica no anúncio. Ali se listam práticas hoje corriqueiras no Irã dos aiatolás, de que Mahmoud Ahmadinejad é presidente. Yousef Nadarkhani, por exemplo, foi condenado à morte por ter se convertido ao cristianismo. Carvalho finge estar cobrando da Conib respeito ao islamismo, mas é mentira. Ele cobra é “respeito” — isto é, submissão — a Ahmadinejad para que este não respeite ninguém. Associar comunismo a liberdade religiosa é coisa de mau-caratismo intelectual. Se os comunistas, à época, pudessem e tivessem maioria para tanto, teriam feito o que fizeram em todos os países em que chegaram ao poder: perseguir as religiões.
ATENÇÃO! Os judeus da Conib “não estão instalados” num país democrático. A maioria é composta de brasileiros, senhor Carvalho! Ainda que não fossem, teriam o direito a se manifestar. Ao recorrer à expressão em negrito, ele pretende açular o preconceito contra o “judeu apátrida”, o “intruso”, aquele que “tem sempre uma agenda secreta” contra os interesses do país.  É o que pensava Hitler dos judeus alemães e dos judeus de qualquer parte. Por isso tentou eliminá-los.
Igualmente, incitam as mulheres, os homossexuais, advogados, jornalistas, cineastas e ativistas políticos a se manifestarem contra o visitante, o qual, além de participar das atividades da ONU na Rio+20, cumprirá no Brasil uma intensa agenda de trabalho e contatos com autoridades do governo, representantes da sociedade civil, intelectuais e demais formadores de opinião.
Judeus são mesmo perversos, não é?, sempre incitando pessoas inocentes a fazer o que não querem!!! Bem, esse é um dirigente nacional do PCdoB. É aquela sigla que usa o que não presta para esconder o que presta menos ainda. Explico-me. O comunismo, por óbvio, como provam cento e tantos milhões de mortos, é lixo moral. Mas os comunistas do Brasil — como sabe hoje Paulo Maluf, a quem o PCdoB se aliou em São Paulo — não querem mais saber de revolução; eles querem é grana. Lembrem-se do escândalo das ONGs no Ministério dos Esportes. Lembrem-se da dinheirama que a UNE pegou para convênios e que usou para comprar, entre outros divertimentos, uísque! Alguns bananas foram ouvir uma palestra de Ahmadinejad. Um dirigente da UNE, do PCdoB, estava lá e deu ao facinoroso uma bandeira da entidade, que ficou manchada com o sangue de inocentes.
A peça publicitária da Conib acusa o Irã de ser uma ditadura. Mas é nos cárceres infectos do Estado sionista israelense que se encontram presos mais de dez mil palestinos, uma grande quantidade dos quais estão presos pelo “crime” de opinião. Entre esses prisioneiros há também crianças.
Dez mil uma ova! É mentira! Há 4.500 palestinos em prisões israelenses, que poderiam ser consideradas um paraíso se comparadas àquelas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, em que, respectivamente, Hamas e Fatah prendem os próprios palestinos acusados de crime comum ou de conspiração. E não estão lá porque foram flagrados tomando suco de laranja. Outra mentira: não há presos por crime de opinião em Israel. A detenção de “crianças” é mais uma peça da máquina de propaganda anti-israelense. O que chama “crianças” são jovens recrutados por grupos terroristas para atacar forças israelenses. Basta pesquisar órgãos de informação minimamente isentos para que se chegue aos fatos.
De maneira particular, chama a atenção a última mentira do citado anúncio. Os sionistas se apresentam como “amantes da paz” e incitam os pacifistas brasileiros a se manifestarem contra a “ditadura nuclear” iraniana. Ora, o Irã não tem armas nucleares.
O governo iraniano quer a bomba e já prometeu varrer Israel do mapa. Ponto!
Ditadura nuclear mundial é a que exercem os patrões dos sionistas, os imperialistas estadunidenses, que além de possuírem um imenso arsenal de armas atômicas e outras de destruição em massa, foram os únicos que explodiram a bomba atômica por duas vezes, em Hiroshima e Nagasaki, e nunca se comprometeram a não mais repetir semelhante crime. Ditadura nuclear exerce o Estado sionista, títere do imperialismo no Oriente Médio, sendo o único possuidor de armas nucleares na região.
“Estadunidense” é como as esquerdas que mamam nas tetas do dinheiro público no Brasil chamam os americanos… Judeus, para Carvalho, não têm vontade própria. São apenas serviçais de seus “patrões” imperialistas. Seria penoso demais ter de explicar a esse camarada que as bombas foram, sim, um horror em si, mas que o horror poderia ter sido maior, ter-se prolongado e ter matado muito mais gente sem elas. Aí já seria um debate intelectualmente adulto, coisa para a qual, obviamente, este prosélito vulgar não está preparado.
Insisto, no entanto, que, em sua ignorância imodesta, ele diz mais do que certamente gostaria que percebêssemos. Então Israel é só um “estado títere” do imperialismo? Isso nos faz supor que, não fossem os EUA, o país nem sequer existiria. Huuummm… Lembro que Israel ganhou sozinho todas as batalhas que travou, muito especialmente as de 1967 e 1973, sem que os EUA tivessem de disparar um tiro. Aliás, asseguro ao senhor Carvalho que, se o Irã realmente se aventurar na construção da bomba, Tel Aviv não pedirá autorização a Washington para agir.
Mas afirmei que ele diz mais do que pretende. Explico: se Israel é só um estado títere, então não tem razão de existir. Derrotado o imperialismo, com o que deve sonhar Carvalho, os israelenses seriam ou lançados ao mar ou jogados numa grande fogueira.
Além da ditadura nuclear, o Estado sionista pratica uma política expansionista e de extermínio do povo palestino, sendo uma ameaça para todos os povos árabes e não árabes da região.
Extermínio do povo palestino? Ser delinquente intelectual deve dar algum prazer. Ou não haveria tantos. O sociólogo alemão Gunnar Heinsohn fez em 2008 um estudo comparativo sobre a morte de civis em conflitos desde 1950. O israelo-palestino, pasmem vocês, ocupava a 49ª posição, com 51 mil vítimas ao longo, então, de SESSENTA ANOS! E mortos dos dois lados, é bom deixar claro. No Brasil, morrem 51 mil pessoas assassinadas por ano! Em 20 anos, foram vítimas de homicídio mais de um milhão de brasileiros!
No ranking das mortes elaborado por Heinsohn, em primeiro lugar, está a China, com 40 milhões; em segundo, a URSS, com 10 milhões; em terceiro, a Etiópia, com 4 milhões; em sétimo, o Camboja, com 1,870 milhão; em nono, a guerra URSS-Afeganistão, com 1,8 milhão. O que esses casos todos têm em comum? Os comunistas foram os protagonistas — os amigos de causa de Carvalho.
Ao incitarem o ódio racial, religioso e a intolerância no Brasil, são os sionistas israelenses os indesejáveis em nosso país.
Os chefes de Estado que chegam ao país para a Rio+20, entre eles o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmud Ahmadinejad, são bem-vindos.
Segundo entendi, chama os judeus da Conib de “sionistas israelenses indesejáveis”. Parece que o dirigente do PCdoB quer um “pogrom” nativo. Não, Ahmadinejad não é bem-vindo! Que este senhor ataque de maneira tão asquerosa a única democracia do Oriente Médio, convenham, faz sentido. Quando morreu Kim Jong-Il, então tirano da Coreia do Norte, em dezembro do ano passado, o PC do B emitiu uma nota de pesar nestes termos:
“(…)
Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento do camarada Kim Jong Il, secretário-geral do Partido do Trabalho da Coreia, presidente do Comitê de Defesa Nacional da República Popular Democrática da Coreia e comandante supremo do Exército Popular da Coreia.
Durante toda a sua vida de destacado revolucionário, o camarada Kim Jong Il manteve bem altas as bandeiras da independência da República Popular Democrática da Coreia, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas, e baseados nos interesses e necessidades das massas populares.
(…)
Havia certo humor involuntário na boçalidade. Desta vez, no ataque a Israel e a uma entidade judaica, o partido passou de todos os limites. O texto é uma manifestação rombuda de antissemitismo e merece o repúdio das pessoas civilizadas. Resta saber se o PCdoB vai repudiá-lo ou se vai endossar a afirmação de que os judeus brasileiros estão apenas “instalados” por aqui, conspirando contra o Brasil.  Se não obrigar o senhor Carvalho a se retratar e não emitir uma nota pedindo desculpas, resta concluir que o antissemitismo chegou ao coração do poder.
Artigo publicado originalmente às 6h05
Por Reinaldo Azevedo

Radialista conhecido no Nordeste é preso por envolvimento com pedofilia


Rodrigo Vieira Emerenciano, conhecido como Mução, é suspeito de compartilhar arquivos com cenas de menores em contexto de abuso sexual; programa de rádio é líder de audiência no NE

28 de junho de 2012 | 18h 37
Lauriberto Braga, da Agência Estado
FORTALEZA - O radialista de maior audiência no Nordeste brasileiro, Mução (Rodrigo Vieira Emerenciano), foi preso nesta quinta-feira, 28, pela Polícia Federal (PF), no bairro Meireles, em Fortaleza, durante a Operação DirtyNet, que investiga uma rede internacional de pornografia infantil.
Mução, que nasceu em Natal, teve longa passagem pelo Rádio de Recife (PE) - dez anos -, tinha voltado para Fortaleza há três meses, de onde apresentava pela Rádio Cidade FM para uma rede de mais de cem emissoras nordestinas um programa de pegadinhas ("A Hora do Mução"), líder de audiência no Ibope, no horário das cinco às seis da tarde. Nesta quinta-feira, "A Hora do Mução" permaneceu no ar, porém foi apresentada uma reprise.
Com Mução foram apreendidos tablets, notebooks, HDs, CDs e DVDs que o envolvem com a rede de prostituição investigada pela PF. Ele é suspeito de compartilhar arquivos com cenas de menores em contexto de abuso sexual. O material apreendido na casa de Mução passa por um perícia especializada para a elaboração de um relatório nos próximos dias aos investigadores da PF. Caso o crime de pedofilia for comprovado nos equipamentos apreendidos com Mução, ele permanecerá preso em Fortaleza. Caso contrário será encaminhado para Recife.
Mução começou sua carreira na Rede de Rádio SomZoomSat de Fortaleza, no final dos anos 1990. Em 2002 ele foi para Recife, onde apresentou seu programa até março passado. Há três meses tinha voltado a residir em Fortaleza, de onde comandava "A Hora do Mução", a partir da Cidade FM. Famoso por suas pegadinhas por telefone, onde apresentava os quadros em seu programa de rádio, Mução chegou a lançar três CDs com suas principais peças feitas combinadas com os ouvintes. Também no seu programa criou bordões que ficaram conhecidos em todo Nordeste. Destaque para "Respeita a Polícia".. Ainda em seu programa fazia valer um acervo de "provérbios" que chamava de "Fuleirosofia".
Mução é filho da ex-secretária da Receita Federal (2008-2009), Lina Maria Vieira. Ela se envolveu em um episódio com a hoje presidenta Dilma Rousseff, em julho de 2009, quando Dilma era ministra chefe da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lina foi exonerada pelo presidente Lula após dizer ter testemunhado que Dilma teria solicitado agilização para livrar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de um processo na Receita Federal. A explicação dada na época para exoneração de Lina foi a multa aplicada pela Receita à Petrobras.

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Hieronimus Bosch e seu pincel provocador


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
29.6.2012
 | 12h00m
Conforme prometido para hoje agendei alguns detalhes ampliados das telas que passaram por aqui de segunda a quinta: Ecce Homo, O Ilusionista e As Tentações de Santo Antão.
Para acompanhar esse desfile, traduzi e adaptei outro pequeno trecho do excelente siteApparences:
O Diabo e o Inferno no mundo de Bosch
Para Hieronimus Bosch e seus contemporâeos, o diabo era uma realidade quotidiana, para não dizer permanente. Morrer tendo na consciência um pecado mortal era perder o Céu para sempre. O diabo e o inferno faziam parte da perspectiva escatológica de cada indivíduo e de toda a sociedade.
Os sermões de Jacobus da Voragine (autor da Legenda Áurea), por exemplo, que foram publicados em 1489, tratam do tema. Eis um resumo de sua visão sobre a atividade dos diabos:
"Saibam que os demônios que dominam o mundo são quatro: Lúcifer, Asmodeu, Mammon e Belzebú. Lucifer é o príncipe do orgulho. Aqueles que se vangloriam de sua classe social, de sua beleza física, de seu poder e de sua riqueza herdarão de Lúcifer os suplícios eternos no Inferno. Asmodeu reina sobre a luxúria; ele detesta a pureza e adora o adultério e a fornicação. Seus filhos, aqueles que vivem em adultério e em pecado, são muito numerosos e também serão enviados para o Inferno. Mammon reina sobre a cupidez. Esse vício leva o homem a amar mais os bens terrestres que a Deus; ele não se importa com a maneira como enriquece: usura, roubo, trapaças ou violência para tirar dos pobres o pouco que têm. Belzebú é quem comanda o ódio e a cólera; ele gere a má vontade e os desejos malsãos. Todos os pecadores que sucumbem às tentações desses quatro príncipes do mal serão danados".
Era desse modo que viam o diabo, nos sermões, mas também nas farças e nas burlas. O povo ria do diabo, mas ria como a criança que, no escuro, começa a assobiar ou a cantar para vencer o medo. A veemência com a qual os pecadores e os autores de tratados moralisantes se dirigiam à sua audiência e a seus leitores não existe mais em nossos tempos.
Recheada de sofismas e de ingenuidades, sua linguagem obsoleta pode até incomodar. Mas se hoje os pregadores e os escritores dessa época estão ultrapassados e não despertam o medo, seu pensamento, enxugado dos exageros verbais, fazem pensar... Bosch, ao contrário, nunca deixou de fascinar e provocar.

 A turba ululante que escolhe Cristo para ser crucificado (Ecce Homo)

O frade dominicano 'descuidista' (O Ilusionista)

A criança que ri do tolo (O Ilusionista)

Detalhe do painel esquerdo das Tentações de Santo Antão