sexta-feira, 14 de setembro de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA - As paisagens na pintura de José Malhoa



Vivendo em Portugal, a amável porta de entrada para o mar Mediterrâneo, Malhoa, se desejasse, encontraria todas as facilidades para visitar os grandes centros de cultura da Europa, especialmente Espanha, França e Itália. Participou de importantes exposições em várias cidades e capitais europeias mas, numa opção curiosa e intrigante, Malhoa só saiu de Portugal em 1906 para atender a um convite da colônia portuguesa no Brasil.
Por isso temos quadros dele em alguns museus brasileiros e em coleções particulares.
Ele viveu em uma época quando as novas tintas, fornecidas em bisnagas, permitiam ao artista deslocar-se do estúdio para o campo. Não era mais necessário fazer esboços em papel diante da paisagem ou do modelo que pretendia mais tarde fixar em uma tela já em seu estúdio.

Paul da Outra Banda, 1885  (detalhe
Óleo sobre tela, 196x371 cm

Paisagista de mão cheia, Malhoa se aproveitou dessa evolução na arte da pintura e saia com seu cavalete para pintar ao ar livre e captar não só a imagem como a impressão do momento...

 
Praia das Maçãs, Sintra, 1918 

Depois que comprou a casa em Figueiró dos Vinhos o naturalismo explodiu em suas telas de forma mais intensa. Não idealizava o que via como os românticos e tinha sempre em mente retratar Portugal. As cerca de 2000 obras de desenho e pintura que deixou, entre paisagens, retratos, pinturas de história, cenas religiosas e cenas de gênero, testemunham sua extraordinária versatilidade.

 
Primavera, 1932 
Óleo sobre tela, 24,5x33,5 cm

Em 1933, ainda em vida do pintor, é criado o Museu José Malhoa, em sua cidade natal, Caldas da Rainha, que só seria solenemente inaugurado em 28 de abril de 1934, dia em que se comemorava o aniversário do artista. Malhoa não participou da festa: faleceu em 26 de outubro de 1933, aos 78 anos.

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